Semana Especial Festival Multiplicidade 2011

No mês de Novembro de 2011, o Festival Multiplicidade_Imagem_Som_inusitados assume pela primeira vez a dinâmica de uma semana especial. Nesse formato inédito, diversos artistas estarão envolvidos com seus trabalhos em diversos modos, como cinema, performances, intervenção, instalação e exposição distribuídos por diversos locais da cidade do Rio de Janeiro.

Abrindo a semana em uma quinta-feira, dia 24, o Oi Futuro Flamengo recebe a performance do Projeto CAVALO, formado por Cadu, Eduardo Berliner, Paulo Vivacqua, Felipe Norkus, Rodrigo Miravalles, Audrin Santiago, Adriano Motta, Antônio João e Rodrigo Bleque. Esse coletivo de novos artistas é conhecido por flertar em diversas áreas, como pintura, escultura, música, vídeo-arte, entre outras, e apresenta pela primeira vez esse trabalho que une teatro, performance e projeções.

No segundo dia, 25, o Instituto Cervantes abre as portas exposição END, do artista espanhol Carlos Casas. Ao longo de 10 anos, Carlos percorreu regiões inóspitas e solitárias e produziu a trilogia END sobre a solidão nos confins do mundo, como a Patagônia, o Mar do Aral e a Sibéria. Estarão expostas 10 fotos e uma video-instalação dessa obra. Esse dia ainda conta com um coquetel de abertura, a mostra do filme “Siberia – Hunters Since the Beginning of Time” (87 min/2010) e um bate papo envolvendo Carlos Casas, o documentarista Bebeto Abrantes e o crítico de cinema Carlos Alberto Mattos.

No dia 26, Carlos Casas se apresenta junto ao grupo experimental Chelpa Ferro no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), com uma instalação tríptica (3 telas) da sua obra END, com trilha sonora executada ao vivo.

No domingo dia 27, o Multiplicidade vai para a praça Xavier de Brito, no bairro da Tijuca, continuar com o Projeto CAVALO. Conhecida como praça dos cavalinhos, o local abriga diversas charretes que podem ser locadas pelo público. Estas receberão sensores eletrônicos que captarão os movimentos musculares dos cavalos e a movimentação das charretes para criar uma intervenção sonora a ser mesclada com o material produzido no dia 24.

Terça-feira dia 29 retornamos ao Oi Futuro Flamengo com a apresentação Manifesto Futurista, do alemão Thomas Köner e da pianista sérvia Ivana Neimarevic. Reinterpretando o poema homônimo do italiano Filippo Marinetti, a dupla cria uma performance audiovisual única, contestando o futuro através das previsões do passado.

Quarta-feira dia 30, Thomas novamente se apresenta no auditório Oi Futuro Flamengo com o também alemão Jürgen Reble, trazendo a performance Materia Obscura. Utilizando imagens em alta resolução de células e hemácias, os artistas  regem uma ópera sobre a matéria que existe no espaço e que não pode ser vista a olho nu.

Finalizando a semana, quinta-feira dia 1 de dezembro é dedicado a Glauber Rocha em homenagem aos seus 30 anos de falecimento. Neste dia o escritor e produtor Nelson Motta lança o livro Primavera do Dragão, sobre a juventudo do cineasta, realizando também um bate-papo e leitura de trechos. Logo após, o coletivo A_Factory, liderado por Pedro Paulo Rocha, filho de Glauber, realiza uma apresentação e uma releitura da obra do diretor chamada Kynoramas Glauber Machine. Finalizando a noite e a semana, o DJ Nado Leal comanda o coquetel de encerramento da sétima temporada do festival Multiplicidade_Imagem_Som_inusitados.

Além destas mais diversas performances, uma programação de cinema estará disponível ao público no Oi Futuro Flamengo durante todos os 7 dias. Serão diversos temas divididos em cinco programas, passando pela história do Multiplicidade, seus artistas, parceiros e influências do festival divididos entre o Teatro Oi Futuro e o Cubo, estrutura montada no primeiro andar do Centro Cultural.

Embolex no Multiplicidade

Desde o surgimento da música em formato digital, o acesso e democratização de fonogramas tornou-se extremamente mais fácil, o que fez com que diversos DJs e produtores musicais passassem a explorar novos modos de produção e experimentação. Nessa última década, diversos estilos que outrora eram segmentados a nichos por conta da falta de espaço físico de venda de CDs e LPs puderam chegar de forma alternativa e para uma gama maior de pessoas.

Com isso, um dos movimentos que mais ganhou força nos últimos anos foi o do mashup, onde dois ou mais elementos de músicas distintas são misturadas harmonicamente para criar uma nova canção. Essa cultura do remix para gerar um trabalho inédito é alvo de diversos debates, principalmente no que tange os direitos autorais dos criadores, como é o caso do documentário Rip It! A Remix Manifesto.

Utilizando essa linha, o Embolex é um coletivo de VJs e músicos de São Paulo que realiza uma pesquisa extremamente complexa e importante no audiovisual, principalmente por se manterem no centro da discussão que permeia a produção criativa hoje sobre propriedade intelectual e a cultura do remix, como é o trabalho de artistas como o Girl Talk e João Brasil.

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Esse  último trabalho, o Caixa-Prego, é composto por mashups de diversos artistas como Martinho da Vila, Paul McCartney, Lucas Santanna, Jorge Ben, Chico Correa, Paulinho da Viola, entre tantos outros, onde as músicas se completam e criam uma obra consistente, tanto na parte fonográfica como os grafismos também mixados ao vivo pelos VJs do do grupo.

Durante aproximadamente 50 minutos, o grupo apresentou um passeio por diversos estilos musicais, tendo como base o que se chama de  ghettotech, ou seja, diversos ritmos periféricos como o dub, o reggae, reggaeton, cumbia, entre outros.

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Essa apresentação multimídia contou ainda com o MC Rodrigo Brandão, do coletivo paulista Mamelo Soundsytem, e com o baixista Dengue, da Nação Zumbi.