E temos Wladimir Gasper encerrando nossa temporada.

Ele poderia ser um metafísico ou um filósofo freestyle, mas é músico dentre zilhões de outras coisas.

“Wladimir Gasper, sobrinho de um cineasta russo, nasceu na Ucrânia e veio pro Brasil ainda jovem. Saiu do ex-país soviético para se aventurar nas inspirações dos trópicos e aqui criou seu bunker”.

Assim, o artista Pedro Bernardes transforma sua realidade íntima-psicodélica em sons inusitados, que podem ser marcados ao compasso de seu próprio corpo. Cheio de metáforas e improvisos, ele é um cara de interseções, não de pertences -“. Gosto de materializar a música de forma dinâmica, independente de instrumentos ou estilos. Meu som é um quebra-cabeça: eu tenho as peças, mas posso arranjá-las da forma que eu quiser “– confidencia o beat-maker, instrumentista e arranjador.

No fantástico mundo de “instrumentos vintages” de Wladimir Gasper vive um talentoso músico, que toca sempre ao vivo, cada vez mais requisitado nos line ups da cidade.

Ele tem formação autodidata, diz não ter conhecimento de vertentes, escolas e não investe muito tempo para ouvir outros artistas. Seu compromisso é consigo mesmo e suas ideias, que se transformam em sonoridades mirabolantes – Trabalho na medida do meu prazer.

Não é necessariamente uma música que vai me influenciar, são as pessoas, uma atitude, uma arquitetura. É tudo sinestesia. Me relaciono com o som de forma imaterial, é espírito. Me divirto muito nesse processo íntimo de criação, na experimentação. É uma felicidade fudida quando você tem uma inspiração na cabeça e consegue materializá-la – revela.

Apesar de parecer divagar num mundo paralelo, Pedro, 28 anos, está inserido em diversos meios, fazendo de tudo um pouco, já que tem total aversão a rótulos. Já trabalhou com artistas como D2, Gabriel Pensador, Bebel Gilberto, Timbalada, Carlinhos Brown, Sergio Mendes, Marisa Monte, Mario Caldato, Seu Jorge, Beck, John Legend, entre outros.

Nunca quis parar e escolher algo para fazer. Nunca tive questões existenciais. Sou naturalmente autorizado a ser espontâneo. Faço o que preciso, é fisiológico, minha saúde. Me estimula muito mais confundir do que explicar – diz o multinstrumentista cheio de freestyle na fala.

Pedro leva o tom do improviso aos locais onde toca, sempre na companhia de seu case, carregado de batidas eletronicas e organicas livres, uma penca de multi-efeitos, sintetizadores e mais alguns outros brinquedos.

– O que eu gosto é a carga de presença, a energia dedicada àquele determinado instante em que estou tocando, a emoção que sinto na hora, acho que isso imprime minha identidade, minha produção tem um sotaque muito forte do agora – finaliza Pedro Bernardes ou Wladimir Gasper, como preferir.

Multiplicidade apresenta Tom Zé + SuperUber!

Festival Multiplicidade desse ano terá, no próximo dia 6 de dezembro, um encerramento especial: o inquieto tropicalista Tom Zé vai se unir ao escritório de arte digital SuperUber para uma performance elaborada especialmente para o evento. Levando para o festival o fator inusitado, além de sua música, Tom Zé fará um show baseado em seu último disco, “Tropicália Lixo Lógico”, onde resgata e analisa, ao lado de artistas da nova geração como a cantora Mallu Magalhães, o movimento Tropicália, do qual fez parte ao lado de outros como Gil e Caetano. Além dessas canções da nova safra – entre elas Não tenha ódio no verão, Navegador de canções e Apocalipsom – o artista incluiu no repertório a canção Unimultiplicidade, segundo ele, aparentada com o Festival.

A ideia de juntar a música de Tom Zé com as projeções visuais do SuperUber – que vem fazendo trabalhos mundo afora, incluindo uma recente apresentação da cantora Beyoncé na sede da ONU – é para sustentar uma premissa básica do Multiplicidade, que vem desde a primeira edição do festival em 2005: que a apresentação seja realmente nova e inédita, diferente de tudo que os artistas vêm fazendo em outros palcos. E Tom Zé acrescenta: “tenho que me reinventar tentando fazer cada apresentação incluir toda a improvisação possível para não se tornar um show “engessado” e a plateia ter certeza de que eu e ela estamos vivos.”

Os ingressos começam a ser vendidos terça-feira no Oi Futuro Flamengo e pelo site Ingresso Rapido.

E, pra comemorar, teremos nossa tradicional festa de encerramento comandada por Wladimir Gasper, alter-ego do músico Pedro Bernardes, logo após a apresentação do Tom Zé + SuperUber.

 

>>> SERVIÇO

Tom Zé + SuperUber > Encerramento 8ª Temporada com Wladmir Gasper
06/12/2012 (quinta-feira)
Oi Futuro do Flamengo – Rua Dois de Dezembro, 63 (Rio de Janeiro)

20:00h | 7º Nível | Teatro – Tom Zé + SuperUber
R$20,00 (com meia-entrada)
Capacidade: 100 pessoas em pé.

21:30h | 1º Nível | Festa de encerramento com Wladimir Gasper

info@multiplicidade.com
Curadoria: Batman Zavareze