Fotos: Elisa Mendes
Imponente por natureza, a figura da atriz alemã Miriam Goldschmidt (1947-2017) se agiganta digitalmente na tela, hipnotizando o observador de “Mulher sem bandolim”, premiado filme do artista multimídia e cineasta Fabiano Mixo. Apresentado como instalação no Multiplicidade durante a semana passada, em frente a um enorme colchão cheio de almofadas, o trabalho celebra e confronta uma obra produzida há mais de um século, “Menina com bandolim” (1910), de Pablo Picasso.
Definido pelo autor como um filme cubista, “Mulher sem bandolim” mostra como as formas geométricas e a fragmentação da imagem, características desse movimento, se adaptam muito bem à arte digital e às realidades virtuais abertas por ela. “Confronto o contexto europeu do original com influências africanas e com o vigor da cultura negra. É sobre a reapropriação do que foi apropriado”, explica Mixo.