Encerramento do festival com atrações sortidas e conteúdos transversais.

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É a noite da grande expansão do Multiplicidade 2017. Celebração do ano em que o festival promoveu o barulho – fosse ele poético, visual , sonoro ou tudo isso junto – e buscou novas formas de comunicação em tempos de ruído,  o Ocupa Porto Armazém da Utopia reúne atrações sortidas e conteúdos transversais. Num lugar de nome tão apropriado – afinal, fazer um festival num país em crise nada mais é do que uma utopia -, chega-se ao ápice de uma programação que, ao longo de pouco mais de um mês, despertou sentidos adormecidos, promoveu diálogos inusitados e estimulou o pensamento mais profundo de nossa cena artístico-cultural.

A ocupação terá abertura da obra que permeou todo o evento, “O BARULHO É VISUAL / O BAGULHO É VISUAL” da artista, poeta e concretista Lenora de Barros, com a participação do artista plástico Raul Mourão. E a noite seguirá pulsando com o som do DJ francês Coni, com o encontro entre a música de Paul Jebanasam (Sri Lanka/ Inglaterra) e a  videoarte de Tarik Barri (Holanda) na performance “Continuum AV”;  com o espetáculo de ruídos e luzes “Field”, de Martin Messier (Canadá), com os movimentos coreográfico cruzados do Looping: Bahia Overdub, com o punk percussivo e colorido do duo italiano Ninos do Brasil e, por fim, com o batuque da venerável  escola de samba Vizinha Faladeira, fechando o utópico ano de…2025.

Artista visual e poeta paulistana, formada em linguística pela USP, Lenora de Barros utiliza em suas obras diversos recursos como o vídeo, a fotografia e a instalação. Seu celebrado trabalho está no acervo de diferentes coleções particulares e públicas, como no Museu D’Art Contemporani, de Barcelona, na Espanha, e no Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro.  Em dois momentos da noite, Lenora vai apresentar  “O BARULHO É VISUAL / O BAGULHO É VISUAL” – obra marco do Multiplicidade 2017 – ao lado artista plástico Raul Mourão, cujo trabalho  engloba também “desenhos, gravuras, pinturas, esculturas, vídeos, fotografias, textos, instalações e performances”, como descreve seu site.

Figura de renome no cenário eletrônico underground francês, o DJ  Coni  (Nicolas Olier) define seu trabalho como “música noturna com uma estética estranha”.  Ele lançou seu primeiro EP em 2011, pelo selo local ClekClekBoom em 2011. Desde então, vem transitando entre estilos como house, techno, garage e bass music, sem nunca se prender a nenhum deles.

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Ex-baterista de bandas punk na adolescência e hoje apaixonado por Radiohead, eletroacústica e free jazz, o músico, compositor e artista multimídia canadense  Martin Messier  é formado em composição eletroacústica pelas universidades de Montreal, no Canadá, e de Montfort, na Inglaterra.  O interesse pelas artes gráficas fez com que ele explorasse a relação entre som e imagem. É esse mesmo interesse que o inspira a compor música para dança e teatro.  Messier vem criando projetos individuais e parcerias através dos quais ele desenvolve e experimenta performances eletroacústicas híbridas.  Um dos seus projetos de maior repercussão foi a  a Sewing Machine Orchestra, com a qual cria um espetáculo audiovisual a partir dos ruídos de oito antigas máquinas de costura.  Em “Field” , sinais residuais e imperceptíveis , colhidos com microfones especiais, aliados a duas placas eletrônicas, são a matéria prima de uma performance de ruídos e luzes. 

Apresentada pela primeira vez no Brasil e também na América do Sul,  “Continuum AV” é uma performance conjunta de Paul Jebanasam (Sri Lanka) e Tarik Barri (Holanda), a partir do álbum de mesmo nome, lançado por Jebanasam em 2016, repleto de melodias fragmentadas.  Eles já se apresentaram juntos em festivais como Semibreve (Portugal), Mutek (Canadá), Sonic Acts (Holanda) e Atonal (Alemanha).

Radicado em Bristol, na Inglaterra, depois de viver em Sydney, na Austrália, Jebanasam é produtor musical e diretor do selo Subtext . Tem dois álbuns lançados, “Music for The Church of St. John The Baptist” (2012) e “Rites” (2013), influenciados pela música clássica litúrgica, além de dark ambient e metal.

Barri passou por escolas de arquitetura e psicologia até encontrar sua vocação, estudando sound design composição na Escola de Música e Tecnologia de Utrecht.  Ele já participou dos mais importantes festivais internacionais de novas mídias como CTM (Alemanha), Sonar (Espanha) e Unsound (Polônia) e  realizou colaborações audiovisuais com nomes como  Radiohead e Flying Lotus, entre outros.

“Looping: Bahia overdub” é uma plataforma de investigação que se desdobra em formatos distintos. O espetáculo promove movimentos coletivos de tensão e distensão, inspirados nas contradições da cultura baiana. A criação é colaborativa de Felipe de Assis (diretor teatral, produtor cultural e curador em artes cênicas), Leonardo França (artista residente no Cem, centro em movimento, em Lisboa, e na Casa Hoffmann, em Curitiba) e Rita Aquino (doutora em Artes Cênicas, mestre e especialista em Dança pela UFBA, onde leciona) faz parte de uma colaboração curatorial com o Festival Panorama que realiza sua 26ª edição em 2017. Suas práticas interdisciplinares articulam criação, produção, pesquisa, formação e curadoria em diferentes contextos de atuação.

Podendo assumir o caráter de espetáculo, instalação ou festa, Looping: Bahia overdub reúne criadores independentes de dança, teatro e música da capital baiana. A trilha, executada ao vivo, traz referências da cultura afro-brasileira, como o afoxé dos Filhos de Gandhi; da música popular (samba-reggae), e sonoridades urbanas diversas. Potentes caixas de som são ao mesmo tempo elementos cênicos, objetos de pesquisa coreográfica e aparelhos de transmissão sonora.

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Nico Vascellari e Nicolò Fortuni são os Ninos Du Brasil, uma dupla de percussão italiana com um fundo em arte visual. Através da sua aptidão com a bateria, fundem as influências aparentemente díspares do punk, techno tribal e batucada, emergindo com um verdadeiramente singular. Eles já lançaram três álbuns:  “Muito N.D.B.” (2012), “Novos mistérios” (2014) e “Vida eterna” (2017). Seu currículo inclui apresentações em festivais como Berlin Atonal (Alemanha), Unsound (Polônia) e Primavera (Espanha).

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Uma das mais antigas escolas de samba do Brasil, a Vizinha Faladeira surgiu no Rio, em 1932, no Santo Cristo, zona portuária. Foi uma das primeiras agremiações a usar enredos internacionais, apresentar carros alegóricos em seus desfiles e ter uma comissão de frente. Suas cores são o azul, vermelho e branco. No carnaval de 2018, na série B, a escola vai homenagear o criador Paulo Barros.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

Ocupa Porto Armazém da Utopia

Armazém 6,  Avenida Rodrigues Alves, Cais do Porto.

Horários:  19h e 21h40m (Lenora de Barros e Raul Mourão), 19h30m (DJ Coni), 21h (Martin Messier), 22h (Paul Jebanasam e Tarik Barri), 22h40m (Looping: Bahia Overdub), 24h (Ninos Du Brasil), 1h (Vizinha Faladeira).

Classificação etária: Livre
Entrada: Gratuita.
Local sujeito à lotação

Saiba mais/ LINK Facebook: https://goo.gl/6oXtaH

 

 

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Sobre blogmultiplicidade

O Multiplicidade_Imagem_Som_inusitados é um festival de performances audiovisuais que acontece desde 2005 no Rio de Janeiro e que mostra ao público um amplo repertório de atrações no Oi Futuro Flamengo e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. O seu principal conceito é unir em um mesmo palco arte visual e sonoridade experimental.

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