Eu-Multidão se agiganta em show com BaianaSystem

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TextoCarlosAlbuquerqueFotosLeonardoAversa

O BaianaSystem deu um show na apresentação da plateia, no Circo Voador, na estreia do Festival Multiplicidade 2019. Ou talvez tenha sido o oposto. Não importa. Cada vez que as luzes se apagam, o grupo se ilumina – e como o grupo se ilumina – e as pessoas vestem suas já tradicionais máscaras, vai desaparecendo a distância entre palco e chão. Tudo parece virar uma coisa só: o Eu-Multidão, uma entidade que se agiganta a olhos vistos.

Na noite chuvosa de sexta na Lapa, esses campos de força se aproximaram ainda mais. Estímulos não faltaram. Encaixotado dentro do espetacular cenário preparado especialmente para o evento – um cubo mágico aberto ou uma maquete de apartamento psicodelicamente decorada, dependendo do ponto de vista -, o grupo disparou sons e imagens de todos os ângulos, em diversas combinações: “Sulamericano”, “Saci”, “Dia da caça”, “Lucro”, “Arapuca”, “Salve, “Águas” (com a emocionante participação de Antonio Carlos e Jocafi), “Forasteiro”, “Playsom”, punhos cerrados em fundo vermelho, piões fumegantes, mãos sangrando, vídeos, frases, letras, bandeiras, engrenagens, grafismos etc.

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Do outro lado, de cima, debaixo e fora da lona, coberta e na chuva, a reação era imediata: danças, palmas, pulos, rodas, muitas rodas, rodas coletivas, rodas femininas, tudo girando, tudo se movimentando, do primeiro ao último minuto, num pulsar constante e integrado. “Só vamos conseguir reverter isso com poesia”, disse Russo Passapusso perto do fim de mais um espetáculo de transformação de banda e plateia num substantivo feminino só: multiplicidade. Mas pode chamar isso também de superpoder.

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