Retrospectiva Multiplicidade 2011: Scanner – “Borders, Unto the Edge″

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Texto presente no livro-catálogo do Multiplicidade 2011, a ser lançado no dia 13 de Setembro de 2012 no Oi Futuro Flamengo.

O músico e produtor inglês Robin Rimbaud, conhecido como Scanner, iniciou sua carreira no ano de 1992, com um trabalho que se utiliza de sons, espaço e imagens de modos completamente não convencionais. Essa pesquisa musical começou com linhas cruzadas e conversas de anônimos ao telefone, que posteriormente o levou ao projeto “sons da metrópole moderna”, uma tradução artística das influências auditivas presentes nas cidades. Seu trabalho, referência nos palcos de festivais de música eletrônica, também traz experiências com o cinema, como criaçãode trilhas sonoras ao vivo para filmes de Alain Resnais e Hitchcock.

ImagemScanner é um dos artistas atuais mais respeitados da cena eletrônica, admirado por artistas como Björk, Aphex Twin e Karlheinz Stockhausen. Vencedor de diversos prêmios de arte, música e tecnologia, seu trabalho hoje se encontra no Science Museum London (Sound Curtains), no The Darwin Centre at the Natural History Museum London e no Northern Neuro Disability Services Centre em Newcastle UK (Turning Light), além de colaborações com artistas contemporâneos como Laurie Anderson e Radiohead.

Também professor e artista residente da escola francesa de artes visuais Le Fresnoy, Scanner veio ao Rio de Janeiro para participar de exposição criada no Museu da Maré, em Bonsucesso, periferia da cidade, com uma instalação inédita chamada “Falling Foward”, além de ministrar uma palestra no Oi Futuro Ipanema (tema: Cidade-Dispositivo) e uma performance no Oi Futuro Flamengo. O Le Fresnoy é um centro de experimentação de imagem e som, onde alunos do mundo todo estudam sem professores permanentes, com artistas e teóricos convidados que orientam seus trabalhos, além de produzir junto a eles, durante a residência na escola.

A performance “Borders, Unto the Edge” trouxe o mais recente trabalho do artista, que circulava por combinações harmônicas livremente abertas. Ao som de sinfonias e até sons urbanos, Scanner mixou ritmos eletrônicos com vozes pré-gravadas e outros samplers mais orgânicos, amparado por uma projeção contemplativa em que uma paleta de cores se modificava conforme a alteração das ondas musicais.

Scanner criou uma espécie de hipnose sonora, com bases pré-programadas adicionadas aos efeitos controlados ao vivo. Do palco, o músico criou, manipulou e editou seu som, numa espacialidade imersiva.

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