O toque mágico de ‘Bloom’

O que todos esperam para o dia depois de amanhã, quando finalmente sairmos do inverno da Covid? Várias coisas, entre elas, sem dúvida, a volta do toque, do contato, con-tato, representando o desabrochar coletivo após tanto tempo de recolhimento/encolhimento social. De forma poética e simbólica, foi isso o que aconteceu na estreia do Festival Multiplicidade 2022, com a abertura da instalação “Bloom”, do artista francês Maotik, no Oi Futuro Flamengo.

“Espero que as pessoas gostem. É sempre emocionante estrear ´Bloom´ em um novo lugar, em uma nova versão”, contava Maotik, um pouco antes da abertura do local ao público. A instalação, criada por ele e que já circulou pela França, Egito e Itália (no metrô de Roma), sempre atualizada a cada edição, funciona em um video wall que reage aos movimentos e gestos do público através de sensores de laser, gerando um contínuo e deslumbrante “florescer” digital. “Fico sempre curioso com a reação das pessoas”.

Como era de se esperar, a reação do público foi tão variada quanto às possibilidades abertas por “Bloom”. Teve gente que dançou, teve gente que girou os braços, teve gente que chutou, teve gente que ficou de cabeça para baixo, teve gente que desenhou retas e curvas, teve gente que abriu portais imaginários e teve gente que pareceu querer entrar dentro da parede e passar para uma outra dimensão. “Descansei do mundo sendo transportada para um outro universo, onde só a poesia dá conta”, resumiu Bianca Ramoneda, cujo poema “(des)trava-língua” dividia a parede da entrada com uma apropriada frase de Manoel de Barros: “Ontem choveu no futuro”

Esse projeto é patrocinado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e Oi, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Realizado pelo Oi Futuro em parceria com o Serviço de Cooperação e Ação Cultural do Consulado da França no Rio de Janeiro.

Fotos: Coletivo Clap e Batman Zavareze