Fotos: Elisa Mendes, Juliana Chalita e Batman Zavareze
Nascido dentro do colorido Muti_Lab, o QUEPORRAÉESSA?!!! foi batizado quando uma criança curiosa olhou para dentro da instalação translúcida, repleta de artistas, criações e produções colaborativas, localizada no térreo do Oi Futuro Flamengo, e disparou essa pergunta/exclamação.
– Como era meu filho, Luca Zava, eu disse imediatamente que palavrão não vale num centro cultural, somente no “Maraca” – explica Batman Zavareze. – Luca replicou, automaticamente, falando que tudo junto é uma expressão de um youtuber. E, segundo ele, aquilo era poesia.
Assim, ao longo de três semanas, o QPEE foi como se Multiplicidade abrisse o seu código e se revelasse um pouco por dentro.
– Foi uma tentativa de criar uma camada de conteúdos que ultrapassasse o palco. Foi nossa válvula de escape, nosso pátio de experimentações, o X-TUDO do Multi_Lab -– completa Batman.
No local, aconteceram atividades variadas, como debates sobre arte digital – reunindo nomes como Alex Augier (França), Jéssica Roude(Argentina), Clelio de Paula, Dimitre Lima e Giuliano Obici – e também palestras – como a fascinante apresentação de Ferdinand Saumarez (Inglaterra), da Factum Foundation, sobre técnicas de digitalização de áreas culturais ameaçadas. O espaço sediou também uma mesa-redonda sobre “prática cultural em tempos de distopia”, mediada por Marta Porto e com participações de Mariana Várzea, Jair de Souza, Renato Saraiva, Batman, Luciana Modé e Lena Cunha (as duas últimas em vídeo-conferência).
O QPEE teve também uma encantadora aula de karib, o idioma dos Kuikuro, dada por Yamalui Kuikuro, um dos nove integrantes daquela comunidade que estiveram no Rio para participar do festival. E, por fim, como o assunto é barulho, rolaram ali férteis sessões de improvisos musicais, com Marcelo Magdaleno, Luizinho Salles e Ken Kondo (Japão) e o grupo VOIA.
– Isso tudo foi fundamental para mostrar a nossa abrangência – resume Batman.