Instalação e Exposição – 08 a 17 de NovembroHelen Cole & Alex Bradley – We See FireworksManuel Vason – Still/MovilPerformance 09/11O Grivo – BuretasPerformance 15/11Miguel Ortiz, Anna Weisling e Marco Donnaruma (S.A.R.C.)Performance 16/11Thembi Rosa + O Grivo – 1331′ TimelinePerformance 17/11SiriChelpa FerroFausto Fawcett + Carlos Laufer & Os Robôs Efêmeros
Miguel Ortiz é um pesquisador é um compositor e artista sonoro mexicano baseado em Belfast e envolvido em uma série de atividades relacionadas à música moderna e arte sonora, onde explora uma vasta gama de realização de meios que vão desde instrumentos acústicos tradicionais, como violoncelo e trompete, até o desempenho e improvisação com laptops e bio-instrumentos através de sensores.
Anna Weisling é uma artista visual norte-americana cujo trabalho permeia as artes sônicas, com pesquisa de mestrado em cima de novas áreas e plataformas de interatividade audiovisual e novas mídias.
Marco Donnarumma é músico, pesquisador e programador, além criador do Xth Sense, um set de sensores que captam os batimentos cardíacos e fluxo sanguíneo do usuário para gerar posteriormente intervenções sonoras amplificadas e peças visuais.
Estes os três artistas possuem uma trajetória desenvolvida dentro ou com a ajuda do Sonic Arts Research Center (S.A.R.C.), laboratório sonoro fundado em Belfast pelo compositor alemão Karlheinz Stockhausen, que lida com pesquisas focadas em novas formas de performance e percepção sonora. O laboratório baseia-se em um conceito interdisciplinar ao realizar produções artísticas no campo da música eletro-acústica, performances transmídias e instalações, bem como de pesquisa de tecnologia de áudio e atividades educativas.
Apresentado no dia 15 de Novembro, a performance do trio iniciou-se com Miguel Ortiz, onde sensores ligados ao seu cérebro captavam movimentos de ondas cerebrais e sinapses para gerar sons. Sentado à frente de um projetor, o artista recebia uma projeção de seus órgãos internos, também captados por eletrodos, que reproduziam ao vivo seus batimentos cardíacos, respiração e outros movimentos peristálticos, onde o artista era foco único dentro do enorme galpão do centro cultural Hélio Oiticica.
Já emendando a apresentação, Anna passou a controlar o sinal de vídeo de um projetor posicionado no teto do galpão, com a música sendo gerada a partir de movimentos corporais captados pelos sensores de Marco e Miguel.
Após uma pequena pausa, foi a vez de Marco Donnarumma apresentar sua premiada performance Hypo Chrysos, livremente inspirada no sexto círculo do Inferno de Dante, onde o poeta encontra os hipócritas andando vestindo mantos dourados cheios de chumbo. Segundo o livro, a cena representa o castigo de Dante para a falsidade escondida atrás de seu comportamento, um uso malicioso da razão, que ele considerava única para os seres humanos.
Usando o braço para puxar duas cordas amarradas para blocos de concreto, Marco se esforçava para caminhar ao longo do palco com grande esforço. As cordas são de curto alcance, e obrigando-o a dobrar levemente o tronco para a frente, enquanto seus quadris se moviam para trás para manter o equilíbrio de dois blocos de 15 kg, o que lhe parecia gerar uma enorme carga de dor e cansaço.
O Xth Sense captava seu fluxo sanguínio, batimentos cardíacos acelerados e contorsão muscular criavam uma música extremamente forte, representando tudo que o artista sofria e dividia o som em um sistema octofônico montado especialmente para a apresentação, acompanhado de uma carga visual intensa criada pelo artista.
Tanto o tom do vermelho quanto sua intensidade de violento eram modificadas de acordo com a reação do artista. Completamente exausto, Marco finalizou a apresentação após 30 minutos de dor, cansaço e exaustão física, onde seu corpo foi o instrumento musical presente e fundamental da apresentação.