Sanannda Acácia lança “There’s No Such Animal”

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Acaba de ser lançada a segunda aparição em álbum do projeto Quasicrystal, There’s No Such Animal, da artista visual e sonora Sanannda Acácia.
Em setembro, Sanannda participou da abertura do #Multiplicidade2018 com Aproximação por QuasiCrystal, mostrando, durante sua apresentação, que tem sensibilidade ímpar e uma propriedade rara sobre sua obra. Além da apresentação na noite de estréia da mostra, a artista também ministrou um workshop extremamente instigante onde apresentou suas referências conceituais e seus processos de criação sonora. Sanannda parte do princípio que todo sólido apresenta uma estrutura cristalina e quase todo mineral apresenta uma estrutura cristalina em sua composição molecular atômica. Ela explora, assim, a quebra sutil de periodicidade das estruturas cristalinas.
Radicada no Rio de Janeiro, ela participa ativamente da cena underground da cidade e faz música desde de 2013. O projeto Quasicrystal se inspira em ciência e cristalografia para criar som. As sonoridades criadas dão densidade a topografias e universos ficcionais inspirado em ciência e magia. Sanannda explora o uso de sintetizadores, gravações de campo, sampling e procedimentos com fita k7. Graças a esses processos, a artista pode esculpir topologias e dar vida aos fantasmas.

Neste segundo momento do projeto Quasicrystal, as limitações do meio seguem como potenciais criativos de vida, arte e ficção, numa busca pela materialidade dos engendramentos de sua obra. Segundo a própria Sanannda, “Quasicrystal é um projeto que abriga as temáticas de topografia e imaginação. Quasicrystal é uma estrutura cristalina que não possui célula unitária e nem padrão de repetição periódica em seu esqueleto, algo dado por muito tempo como impossível nos sólidos.”
There’s no such animal é ruído e melodia. A arte sonora de Sanannda habita os espaços limítrofes do som e do pensamento como forma de vida e arte.

O novo álbum está agora no ar, para escuta e download, no bandcamp da Seminal Records. Nele, Sanannda Acácia oferece dez litanias espectrológicas de ruídos, pedais e vozes.
Com suas experimentações sonoras, Sanannda traz uma experiência mais corpórea e presente no espaço visível, criando criando paisagens sonoras que vibram com o som e com as intensidades do corpo, buscando inspiração na ciência para fazer música.

OUÇA AQUI!
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A vida entrelaçada em um iceberg

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Para o meio ambiente, os icebergs são o canarinho na mina de carvão. São esses gigantescos blocos de gelo que dão os primeiros sinais de alterações climáticas. E esses alertas não param de acontecer, como tem demonstrado inúmeros estudos científicos e reportagens sobre o aquecimento global.

Para artistas como Fernando Velázquez – em cartaz no #Multiplicidade2018 com a obra em VR “Iceberg” – e Adriene Hughes, tais formas são também uma poética inspiração para refletir sobre a relação entre ser humano e natureza.

Após uma viagem de 20 dias à Groenlândia em 2015, a artista visual norte-americana  criou o belíssimo ensaio fotográfico “Threaded icebergs”, no qual insere linhas geométricas, semelhantes aos fios de uma tecelagem. Através delas, simboliza a passagem do vento, da luz, da água e do tempo por essas montanhas de gelo. “São como histórias do passado, presente e futuro esculpidas nos icebergs”, descreve ela em seu site.

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