MULTI_04: Música De Invenção

No Multiplicidade_04 a transgressão ocupou o Teatro do Oi Futuro Flamengo. Instrumentos com os quais já estávamos familiarizados foram reinventados por nossas crianças de 2025, que criaram uma “escultura musical”. Objetos como ventiladores, fotos impressas e baratinhas de plástico compunham o cenário inusitado que virou palco da performance do artista Luca Forcucci na quinta-feira (24) à noite.

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Tudo só foi possível porque estamos no futuro, época em que os pequenos são incentivados a subverter o uso comum das coisas, instigados à liberdade de criação. Nesse contexto, oficinas como a do artista plástico CADU – República Corsária de Salé -, ministrada a um grupo de crianças às vésperas do #MúsicaDeInvenção, fazem parte da rotina de aprendizado de todos; nossas escolas são diferentes daquelas de 2015, pois seus métodos de ensino, insuficientes aos jovens “vorazes” de hoje, precisou ser, também, subvertido.

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“Já imaginava como podia ser meu encontro com os meninos e meninas pela experiência anterior na Polônia, e até acreditava que teria um pouco mais de controle sobre eles por falarmos a mesma língua. Acontece que a energia infantil é a mesma”, compartilha CADU. “Depois de um dado momento eles se esquecem do ‘não saber tocar os instrumentos’, param a bagunça e se concentram em inventar coisas. Meu interesse era essa transgressão”.

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Às 20h, quando as portas do teatro se abriram para a apresentação de Luca Forcucci, os primeiros a entrar – correndo! – foram os autores da obra, as crianças. Elas não escondiam o entusiasmo de ver suas invenções à mostra para o público, que lotou o espaço. Seus instrumentos tinham nomes que apenas a ingenuidade de uma mente infantil poderia propor: Pula Ovo, Pente Quente, Tambor Temporário, Arapuca, Barata Loka, Badalar…

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A sonoridade de cada um deles foi a matéria prima de Luca Forcucci, responsável por remixar os diferentes sons diante dos convidados, ao vivo. Em sua trajetória como artista sonoro, apaixonado por arquitetura, sempre procurou perceber como as pessoas interpretam o que ouvem em diferentes espaços. “Estou curioso para saber que imagem o público criou a partir do que vivenciaram aqui”.

Isadora Rodrigues, de 10 anos, tem sua impressão da experiêcia como um todo: “É tão legal participar de um projeto cultural! Que incrível convidar crianças para construir seu próprio instrumento! Nunca imaginei que seria possível. Foi uma oportunidade super única”.

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Ao final da performance, CADU, Luca e os pequenos inventores foram aplaudidos. Todos ficaram orgulhosos. Mais uma vez, saímos inspirados do Multiplicidade. Parafraseando o comentário de um dos expectadores: “É como se, por causa delas, aqui tivesse uma mágica“.

Viva a magia de 2025!

Fotos: Eduardo Magalhães / 14

MULTI_03: Coisa de criança?

“Em 2025, os games vão estar por toda parte”. Essa é a premissa dos “Rafaéis”, membros da Gamesquare, startup responsável pelas projeções que compuseram a apresentação do Multiplicidade_03 na noite de quinta-feira (21). Em parceria com os “Andrés” do duo Astromash, eles fizeram o público do Oi Futuro se sentir na pele de personagens da narrativa de jogos digitais, sob o desafio de construir juntos um ambiente imersivo.

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Rodeados por suas guitarras, sintetizadores e teclados numa performance ao vivo, A.PAX e A.DES fizeram ecoar os sons de uma trilha inédita inspirada em games atuais e clássicos, como o próprio Astromash, lançado na década de 80. Como sugeriu André Dessandes, “o futuro se faz por referências do passado”.

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Minutos antes das portas do teatro se abrirem, pessoas de todas as idades experimentavam as sensações provocadas pelo Oculus Rift, atração promovida pela galera da mobCONTENT. Afinal de contas, daqui a 10 anos, o que não vai faltar, segundo eles, é o contato cada vez mais intenso com a realidade virtual.

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E como a interatividade já é pressuposto, nossas crianças de 2025 participaram com liberdade e ideias ousadas da oficina de personalização do próprio Oculus, que rolou durante a manhã; uma mistura divertida de papelão, cola, tesouras sem ponta, lentes, purpurina, tecnologia, perguntas e respostas inusitadas e descobertas. Foi uma troca honesta entre gerações que só reforça a ideia – ou melhor, realidade – de que os games não são apenas “coisa de criança”.

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Mas ainda bem que já estamos em 2025. Premissa cumprida.

Fotos: Eduardo Magalhães / 14

Multiplicidade entrevista: Tetine e Jarbas Lopes

Amanhã é dia de assistir a performance DEEGRAÇA do duo Tetine com o artista plástico Jarbas Lopes. O primeiro encontro aconteceu em 2003 na Galeria Gasworks em Londres, onde Eliete e Bruno moram atualmente, e a partir daí engataram vários outros projetos. Antes da apresentação de amanhã, batemos um papo com eles. Olha só!

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Blog Multiplicidades: Jarbas, como surgiu a ideia de fazer um espetáculo em parceria com o Tetine?

Jarbas Lopes: Quando nos conhecemos em Londres, em 2003, foi pura sintonia e já ficamos muito próximos, fizemos várias coisas por lá, montamos a barraca em um parque com pic nic e na abertura da exposição do projeto que fui fazer lá. Então aconteceu nossa primeira parceria apresentando o som deles, junto com nossos improvisos, dentro da barraca.

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BM: Qual a sensação de apresentar no Rio um espetáculo experimental que envolve o baile funk, que é algo bem popular por aqui?

Tetine: Estamos bem animados e curiosos pra ver o que vai dar. Não sei te dizer como vai ser a apresentação, o legal desse trabalho é que é sempre diferente: o espaço e a audiência são determinantes na direção que as coisas vão tomando durante a perfomance. Tem um lado aleatório e ‘improvisacional’ bem bonito, esperamos que o público se deleite afinal é uma celebração de estados, atmosferas, do corpo, da voz e som.

JL: Agora eu vivo nesse universo de experimentações, de observar também a força das abstrações, mesmo que eu volte a raiz e ligue a direta linguagem popular quero ver é ela se modificar. É isso que vejo acontecer nos bailes funk que foram e são grandes laboratórios populares de experimentos coletivos.

BM: E como surgiu a instalação com faixas de baile funk que faz parte da apresentação?

JL: Meu pai foi um produtor de eventos de música na periferia e interior do Rio, então desde pequeno estava envolto nesse universo e com esse material que divulga os bailes, Vivenciei tudo ainda moleque, algumas vezes até ajudei a pendurar essas faixas à noite e a distribuir panfletos.

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BM: Vocês já conheciam o festival? Como é fazer parte das comemorações de dez anos?

T: Conhecemos o Batman quando fizemos a perfomance na exposição “Tudo É” em Firenze. Lá ele nos deu um catálogo do Multiplicidade e achamos incrível a proposta. É uma iniciativa muito bacana e ficamos muito felizes em fazer parte da comemoração.

JL: E também conhecia, acompanhava nos catálogos e via que foi apresentado muita coisa boa, com um vasto registro e desdobramentos. Também estou muito feliz em fazer parte dessa comemoração. E ainda tem uma sintonia que está acontecendo que não vou nem falar agora, deixa rolar, virar história…

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A gente é que torce para que outros encontros como esse rolem mais vezes!
E você, já confirmou sua presença no evento? Saiba mais aqui e nos encontramos por lá!

Quem já passou por aqui

A trama dos nossos 10 anos já reuniu muita gente pelo teatro do Oi Futuro Flamengo. E aproveitamos para conversar com alguns colaboradores e artistas. No vídeo a cenógrafa Suzana Lacevitz fala um pouco sobre seu processo criativo, o artista digital Alvaro Uña comenta sobre o impacto sensorial da instalação e Scanner ainda revela qual o segredo para que o nosso Festival se mantenha por tanto tempo. Confira!

FESTIVAL MULTIPLICIDADE 2014 – ANO 10
Curadoria: Batman Zavareze
Oi Futuro Flamengo
Data: 21 de junho a 20 de julho
Terça a Domingo, de 11h às 20h
Endereço: Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo
Classificação etária: Livre
Entrada: gratuita

Exposição NÓS celebra 10 Anos de Multiplicidade

Em 2014, o Festival Multiplicidade inicia sua 10ª temporada e ocupa por um mês o teatro do Oi Futuro Flamengo com a exposição NÓS – uma revisão de sua história num espaço de múltiplas experiências. photo (3)   Na “caixa preta” do 8º andar, 17 projetores simultâneos sincronizados com softwares de mapping e robótica utilizam uma trama de cordas e nós como suporte para projeções com tecnologia desenvolvida por um grupo de artistas e colaboradores que passaram por edições anteriores, entre eles o artista digital catalão Alvaro Uña (artista que se apresentou em 2013 na Batalha do Passinho Remix), Bebeto Abrantes (diretor e roteirista, colaborador do festival desde o inicio), Billy Bacon (designer e artista que se apresentou em 2005), Glauber Vianna (diretor e editor), Susana Lacevitz (cenógrafaque se apresentou em 2006) e Nado Leal (DJ e produtor musical que se apresentou em 2005 e 2012), que estão remixando o baú de arquivos do festival e propondo experiências sensoriais transmitidas em telas fragmentadas e maquinadas entre as linhas. Exposição NÓS Exposição NÓS Exposição NÓSA ideia é revelar finalmente os NÓS do embaralhamento que promovemos ao longo de anos com uma programação extremamente variada revelando tecnologias do passado e do futuro. Rever o que aconteceu no Festival Multiplicidade é compreender a transformação que a tecnologia causou na sociedade. Praticamente hábitos seculares foram para o lixo e nunca mais serão lembrados pela nova geração. Neste ponto o nosso palco regasta com potência a força visionária das artese as experimentações marcantes de várias épocas, do cinema super 8 às telas ativadas e comandadas por touch screen ou sensores interativos”, reflete Zavareze.

Você pode verificar os horários, datas e local do evento neste link http://bit.ly/exposicaoNOS.

O Multiplicidade e o Oi Cabeça

Fechando nosso ano, fizemos a derradeira performance de 2011 do projeto Oi Cabeça, idealizado por Heloísa Buarque de Holanda, que contou com participação de 15 escritores, poetas e artistas em uma performance musical incrível com Nado Leal e Lui Coimbra

Dentre eles, tivemos Mana Bernardes, Ohne Titel, Alice Sant´Anna,  Ismar Tirelli, Arthur Protasio, Mariano Marovatto, Tom Rodrigues, Gabriel Paz, Omar Salomão, Rodrigo Penna, Chacal e Marcus Faustini.

Abaixo as primeiras fotos desse evento maravilhoso, que também fechou a temporada de 2011 do Multiplicidade.

Um pouco do que foi o Scanner no Oi Futuro

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Fabio Fantauzzi, videomaker e produtor do Rio de Janeiro, documentou em FULL HD o espetáculo do Scanner no dia 18 de agosto de 2011 que aconteceu no Oi Futuro Flamengo, Rio de Janeiro.

Sua iniciativa espontânea resultou neste belissimo clipe, que documentou a performance, entrevistas e o clima pós-espetáculo.

Um ótimo presente para nós do Multipicidade.