O “Rheo” de Ryoichi Kurokawa

Criado em 2009 pelo artista, a performance Rheo (ou fluxo em grego) já foi apresentada em festivais internacionais e que lhe rendeu diversos prêmios, como o Golden Nica no Ars Electronica na categoria Digital Musics & Sound Art em 2010 e será a primeira vez no Rio de Janeiro.

Rheo é tanto uma instalação audiovisual como uma performance que inspira uma nova experiência sensorial de “som assistido” e “imagens auditivas”. Ela é composta por três telas plana e cinco alto-falantes multicanal, enquanto que cada elemento vertical visual é ligado e sincronizado com uma fonte do canal de áudio mono.

Estas telas são justapostas em linha e se comportam como três elementos audiovisuais totalmente independentes entre si. O cenário reproduz digitalmente imagens de alta resolução perfeitamente sincronizadas com playbacks de gravações de campo, combinando minimalismo e complexidade em um espaço requintado para a construção de beleza arquitetônica.

A peça que em última análise constrói uma “escultura integrada de sons e visuais” e que pode ser considerada como uma tentativa para derreter e amalgamar os diferentes elementos de imagens e som, natureza e tecnologia com a ajuda de um computado

O título “Rheo” refere-se à expressão grega para “fluxo/corrente”, e foi inspirado pelo termo “Panta Rei”, cunhado pelo filósofo Heráclito.

Como na providência de vida e da natureza, as coisas essenciais estão constantemente fluindo e se movendo. Ao integrar elaboradamente imagens de alta qualidade e som construídas como uma corrente única no tempo e no espaço, a peça explora os limites da percepção humana.

Multiplicidade em Brasília! – Abertura da 07 de Março

O festival Multiplicidade chega ao Distrito Federal através do Instituto Cervantes Brasília, onde a trilogia END, de Carlos Casas, estará exposta do dia  07 de março a 14 de abril.

No dia de estréia, 07 de março, o Instituto recebe o diretor Carlos Casas para um bate-papo sobre sua obra, desta vez contando com a professora de Artes Visuais da UNB Renata Azambuja e com o diretor do Museu Nacional Wagner Barja, além do curador Batman Zavareze.

Carlos Casas – Expo_END em Brasília

Duas semanas depois do carnaval, Carlos abre sua exposição END no Instituto Cervantes de Brasília.
Produzida pelo Multiplicidade, a exposição que aconteceu no Rio de Janeiro segue para a capital federal com o conteúdo audiovisual apresentado, e uma nova mesa de discussão sobre os filmes do diretor.

A exposição acontece a partir do dia 07 de março no Instituto Cervantes de Brasília.

Vídeo da performance END

Talvez um dos momentos mais intensos e belos dos sete anos do Multiplicidade, Carlos Casas pôde, pela primeira vez, executar a trilogia END como uma performance. A trilogia, que já havia tido desdobramentos em vídeo, fotografia e instalação, recebeu uma roupagem sonora inédita pelo grupo Chelpa Ferro.

No vídeo abaixo, Carlos foi entrevistado após a performance por Bebeto Abrantes, renomado documentarista do Rio de Janeiro, junto com imagens dessa performance incrível que aconteceu dia 26 de Novembro no Instituto dos Arquitetos do Brasil.
Confira!

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=uwFWQwroGMk]

Entrevista com Carlos Casas

Para filmar a trilogia END, Carlos Casas levou dez anos, envolto em diversas dificuldades, desde o frio até a escassez de alimento. Em novembro, no dia 27, Carlos apresentou-se com o Chelpa Ferro no Instituto dos Arquitetos do Brasil  pela primeira vez esses três filmes como performance.

Joca Vidal, DJ e Jornalista do Rio de Janeiro, entrevistou o artista por email e conversou um pouco sobre esse processo difícil que envolveu uma década de esforço e determinação. Junto, algumas fotos tiradas por Diana Sandes e Rodrigo Torres.

Como foi seu processo de pesquisa e quanto tempo foi necessário para a escolha dos locais de filmagem?

Desde que tive a ideia de filmar, cada projeto levou um longo tempo de pesquisa. Patagônia entre 1999 e 2002, com dois períodos de filmagem; Aral entre 2002 e 2003, um período; e Siberia, entre 2005 e 2009, também com dois períodos de filmagem.

A mais longa e a mais difícil foi o projeto Siberia por causa das permissões e do difícil acesso. Fiquei em Moscou durante um mês fazendo reuniões e contato com as pessoas. Obter permissões para acessar Chukotka não é fácil, lá é um enclave militar russo e uma região autônoma, ou seja, muita burocracia.

Você teve financiamento de patrocinadores ou os filmes da trilogia foram investimento pessoal?

Todas as minhas obras são um investimento pessoal, a minha saúde, minha mente, meu tempo… Mas a trilogia foi produzida enquanto eu estava como artista residente e consultor criativo na Fabrica e na revista Colors. Tivemos também uma parceria com oum canal de TV Suiço-Italiano, mas todos os três disponibilizaram um orçamento muito pequeno

 

Houve contato prévio com os entrevistados?

Nós conhecemos a maioria dos nossos personagens no período antes das filmagens. Alguns deles, como no filme Patagonia, exigiam mais tempo e uma espécie de casting foi feito antes de fotografar. Todos eles foram resultado de uma pesquisa das necessidades e requisitos do casting, mas há sempre o fator surpresa que você encontra quando está em um local como esse.

Quais foram as precauções tomadas com o frio e comida? Usou roupas especiais? Como foram os preparativos para a Sibéria?

Sibéria e Patagônia foram extremamente frias, a temperatura na Sibéria estava pegando em -38 graus e o vento era muito forte e congelante. Roupas são uma parte muito importante para manter-se vivo, assim como comer bem e estar em forma.

A comida na maioria desses lugares é escassa, especialmente em Aral, onde eu era alimentado somente de pão e marmelada russa durante um mês. Na Sibéria eu comia principalmente carne de baleia, pele, gordura e carne de foca e morsa. Não há legumes e conservas são muito caras. Na Patagônia nós sobrevivemos apenas com uma dieta constituída de ovelhas e carne de vaca.

Qual foi o local que você enfrentou a temperatura mais baixa e tinha dificuldade para seguir as filmagens?

A Sibéria exigiu um cronograma disciplinar muito rigido para fotografar. E fotografar é um procedimento muito preciso já que a câmera não funciona com menos de 35 graus de frio. Então eu tive que trabalhar em estrados, cobrindo e mantendo a câmera perto do meu corpo. Criei uma espécie de saco especial com a pele de morsa que o caçador de baleias forneceu-me para manter meu equipamento durante a viagem.

Quais as pessoas retratadas na trilogia END que te surpreenderam? 

Eu aprendi muito com todos eles. Do Peter, na Patagônia, eu aprendi o significado de isolamento e auto abandono, tipo uma aposentadoria ou auto-reclusão; do Jumagul, em Aral, aprendi que as coisas têm o seu curso e nós não devemos ter pressa, estamos vivendo em um círculo completo; e do Edward, caçador de baleia, entendi o que isso significa, seu mais profundo significado, sua dimensão espiritual e humana.

Você conseguiria ser feliz vivendo em lugares tão inóspitos?

‘Feliz’ é uma palavra que distorce e corrompe, na realidade o que você sente nesses lugares é que você está vivo. A palavra ‘feliz’ de alguma forma é corrompida pelas modernas idéias materialistas. Você está vivo, você é parte de tudo, este é o sentimento nesses lugares.

Qual foi o momento mais memorável durante o contato com os baleeiros?

Foi caçar com eles, ouvindo, ficando em silêncio, olhando para o horizonte, tentando entender suas relações com as baleias. A sensação de medo é forte na frente da baleia. Comer com eles logo após a caça, fazer parte de um sacrifício como uma luta comum, estar no mesmo nível. Sobreviver…

A primeira parte da Semana Especial Festival Multiplicidade 2011

Durante quatro dias intensos, estivemos espalhados por diversos locais do Rio de Janeiro com a primeira parte da nossa semana especial Festival Multiplicidade 2011, que ocupou o Oi Futuro Flamengo, o Instituto Cervantes de Botafogo, o Instituto dos Arquitetos do Brasil e a Praça Xavier de Brito, na Tijuca.

O Projeto Cavalo, criado pelos artistas plásticos Cadu, Paulo Vivacqua, Eduardo Berliner e Felipe Norkus, abriu nossa semana dentro do Oi Futuro Flamengo, casa do Multiplicidade. Com uma performance que envolvia muito de teatro e música, o coletivo que contava ainda com Rodrigo Miravales, Audrin Santiago, Rodrigo Bleque, Adriano Motta (O Divino) e Antônio João, apresentou uma obra visceral, falando da figura do cavalo desde seu nascimento até a morte e hipnotizando um teatro com lotação máxima.

No dia seguinte, estivemos no Instituto Cervantes de Botafogo para a abertura da exposição END, de Carlos Casas, que contou ainda com a exibição do filme “Siberia – Hunters Since the Beginning of Time” no auditório da casa. Bebeto Abrantes, documentarista e diretor da Cara De Cão Filmes e Carlos Alberto Mattos, crítico de cinema, realizaram um debate bastante animado sobre o processo do diretor na criação dos filmes e as dificuldades de filmar nesse ambiente hostil.

Sábado, pela primeira vez Carlos pôde executar sua vídeo-instalação END ao vivo, junto ao coletivo Chelpa Ferro, no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), com aproximadamente 220 pessoas presentes, em um dos mais belos momentos do festival Multiplicidade até hoje.

Encerrando a primeira metade da semana, os cavaleiros do Projeto Cavalo foram à Praça Xavier de Brito para a derradeira performance dentro da Semana Especial. Mesmo sob chuva, os moradores e os presentes puderam usufruir da charrete e presenciar a intervenção sonora dos artistas.

 

Abaixo, uma galeria com 34 fotos tiradas ao longo dos dias por Rodrigo Torres e Diana Sandres.

Serviços das performances da Semana Especial Multiplicidade 2011

Como a semana do Festival Multiplicidade 2011 acontece em diversos dias e locais da cidade, surgiram diversas dúvidas sobre onde comprar e como seria para ir nos dias de espetáculos e sessões de cinema.

Apesar de grande parte acontecer no Oi Futuro Flamengo, teremos acontecimentos no Instituto Cervantes de Botafogo, no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e na praça Xavier de Brito, na Tijuca. Abaixo, fizemos um guia dos serviços das apresentações e das sessões de cinema do Festival.

>> Dia 24 de Novembro – Projeto Cavalo

Onde: Oi Futuro Flamengo, 19:30 (88 lugares).

Ingressos: R$15 (R$7,50 para estudantes).

Locais de Venda:

A partir de 21/11 em www.ingresso.com  (30% dos ingressos apenas)

A partir de 22/11 no Oi Futuro Flamengo

>> Dia 25 de Novembro – Exposição END

Onde: Instituto Cervantes de Botafogo, a partir de 18:00.

Ingressos: Entrada gratuita, sujeita a lotação.

>> Dia 26 de Novembro – END_Performance

Onde: Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), 20:00. (400 lugares)

Ingressos: Entrada gratuita. Senhas distribuidas no Oi Futuro Flamengo 30 minutos antes do espetáculo.

>> Dia 27 de Novembro – Projeto Cavalo na Praça Xavier de Brito

Onde: Praça Xavier de Brito, entre a Avenida Maracanã e Rua Dr. Octavio kelly. A partir de 12:00

Ingressos: Gratuito. Vans saindo do Oi Futuro Flamengo às 11:30 (sujeito à lotação)

>> Dia 29 de Novembro – O Manifesto Futurista

Onde: Oi Futuro Flamengo, 19:30 (88 lugares).

Ingressos: R$15 (R$7,50 para estudantes).

Locais de Venda:

A partir de 28/11 em www.ingresso.com  (30% dos ingressos apenas)

A partir de 29/11 no Oi Futuro Flamengo

>> Dia 30 de Novembro – Matéria Obscura

Onde: Oi Futuro Flamengo, 19:30 (88 lugares).

Ingressos: R$15 (R$7,50 meia-entrada).

Locais de Venda:

A partir de 28/11 em www.ingresso.com  (30% dos ingressos apenas)

A partir de 29/11 no Oi Futuro Flamengo

>> Dia 01 de Dezembro – Kynoramas Glauber Machine

Onde: Oi Futuro Flamengo, 19:30 (88 lugares).

Ingressos: R$15 (R$7,50 meia-entrada).

Locais de Venda:

A partir de 28/11 em www.ingresso.com  (30% dos ingressos apenas)

A partir de 29/11 no Oi Futuro Flamengo

O END_Performance no IAB

Carlos Casas + Chelpa Ferro – END_Performance

Apresentação única no dia 26 de novembro de 2011

 

O Festival Multiplicidade, em seu sétimo ano consecutivo, apresenta uma performance única de Carlos Casas junto ao grupo carioca Chelpa Ferro, recriando ao vivo a trilha sonora dos filmes que compõe END. A proposta é recriar a trilha do filme, mesclando elementos sonoros captados e produzidos por Carlos com a identidade sonora experimental do grupo.

Criado em 1995 pelos artistas plásticos Barrão e Luiz Zerbini, e pelo editor de cinema Sergio Mekler, o Chelpa Ferro explora a plasticidade do som em esculturas, objetos, instalações, performances e apresentações musicais que desafiam os sentidos do espectador. Entre outras mostras, o grupo esteve nas bienais de Veneza (2005), Havana (2003), São Paulo (2002, 2004) e na Bienal de Arte Contemporânea de Liverpool (2002).

Essa apresentação única e histórica acontece no dia 26 de Novembro, sábado, no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), anexo ao prédio do centro cultural Oi Futuro Flamengo.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=EwdTe3BtqPI]

> Serviço:

Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB)

Rua. do Pinheiro, 10 – Flamengo

CEP 22221-050 – Rio de Janeiro-RJ

(21) 2557-4480

(21) 2557-4192

iabrj@iabrj.org.br

www.iabrj.org.br

Entrada Franca, sujeita à lotação.

A Exposição END, no Instituto Cervantes do Rio de Janeiro

A partir do dia 25 de Novembro, o Instituto Cervantes Botafogo recebe a exposição baseada na trilogia END de Carlos Casas, baseada nos filmes produzidos pelo cineasta ao longo desses 10 anos de trabalho.
Serão expostos aqui diversas fotos que compreendem o universo de personagens e paisagens, documentando o que foi observado por Casas durante suas viagens.

Ainda será exibido o filme “Sibéria – Hunters Since the Beginning of Time” (87 min), seguido de um bate papo com o documentarista Bebeto Abrantes e com o crítico de cinema Carlos Alberto Mattos.

No dia 25 acontece o cocktail de inauguração, contando com a presença de Carlos Casas falando do processo de criação e pesquisa de seus filmes.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=uS3FRq8S8_8&w=420&h=315]

> Serviço:

Exposição END

Abertura dia 25 de novembro de 2011

Instituto Cervantes Botafogo

Rua Visconde de Ouro Preto,62 – Botafogo

CEP 22250-180 – Rio de Janeiro-RJ

(21) 3554-5910

http://riodejaneiro.cervantes.es/

Entrada Franca

Quem é Carlos Casas

Carlos Casas é um cineasta experimental catalão cujo trabalho consiste em produzir filmes baseados em experiências próprias ao aventurar-se no que considera o fim do mundo e extrair destes imagens, histórias e sons. A busca por esse universo que considera a periferia do mundo, mas absolutamente de modo não-pejorativo – como o próprio insiste em frisar – criou um material rico em sentimentos, com uma estética própria.

Nascido em 1974 na cidade de Barcelona, capital da região da Catalunha, Carlos é um cineasta e artista visual cujo trabalho é uma mistura entre documentarios, narrativas, visuais e sons contemporâneos. Participou de diversos festivais ao redor do mundo em cidades como Torino, Madrid, Buenos Aires e México, fazendo parte de exibições solo e coletivas.

Começou estudando Artes, Cinema e Design na Espanha para a seguir ingressar no ano de 1998 na escola-modelo Fabrica, centro de pesquisa e comunicação criada pela Benetton e idealizada pelo fotógrafo Oliviero Toscani. Alí, teve acesso a diversos materiais e equipamentos, além de trabalhar como designer e criar diversas exposições e peças. Teve diversas vezes seu trabalho reproduzido na Colors, revista impressa da própria Fabrica.

Seu primeiro trabalho foi Afterwords, no ano 2000, realizado em parceria com a Fabrica. Feito junto com o artista francês Sebastian Lallemand, a hitória de passa em um labirinto onde um homem vive sozinho e luta contra a própria consciência. Esse curta foi exposto em diversos festivais de cinema dentre os anos 2000 e 2003, o que lhe rendeu reconhecimento nos mundos da arte e cinema.

A TRILOGIA END           

Iniciado há exatos 10 anos, Carlos percorreu regiões quase inóspitas, habitadas por povos que pouco tem contato com ambientes exteriores e sobrevivem basicamente de extração local. Esse modelo social criado e adaptado em função da sobrevivência ao frio e escassez de alimento sempre fez parte do imaginário do cineasta que, primeiramente, produziu um filme na Patagônia (região do extremo sul da América do Sul), posteriormente continuando no Aral (Mar do Aral, localizado na Ásia Central) e, fechando a trilogia, na Sibéria (extremo norte da Rússia).

No ano de 2001, Carlos rumou aos confins da América do Sul para criar o que então seria a primeira parte da trilogia END.

Ainda sem existir essa proposta de continuidade e tendo em mente que gostaria de capturar a solidão em forma quase extrema, visitou diversos locais e filmou Solitude At the End of the World durante sua passagem pela Terra do Fogo, capturando diversas imagens de paisagens e personagens que viria a compor o filme.

Nessa que é uma das regiões menos populosas do mundo, alguns homens vivem em solidão extrema, passando meses sem contato com o mundo exterior. Carlos documentou a história de três deles, mostrando como vivem e dependem uns dos outros para sobreviver nesse ambiente hostil, buscando entender suas histórias com delicadeza, dignidade e dedicação, de modo mais observativo do que antropológico.

Aral – Fishing in a Invisible Sea, de 2004, é o segundo trabalho de Carlos Casas, onde o cineasta acompanha três gerações de pescadores sobreviventes no mar do Aral e a sua luta diária pela sobrevivência nesse ambiente extremamente escasso. Carlos busca mostrar o que é a vida após um dos maiores desastres criados pelo ser humano.

Através dessas três gerações de pessoas afetadas pela desertificação de um mar que hoje já perdeu 90% de sua água, Carlos tenta contar a história e tradições de um povo que tende à extinção de seus modos e cultura, hoje tentando se adaptar à essa nova realidade desértica que foi impota. Superando discussões políticas e ecológicas, a narrativa se foca na força e capacidade sobrevivência humana. O cineasta encara essa região como uma das maiores provas de que o ser humano, como um todo, falhou.

Foi a partir desse filme que o cineasta compreendeu a existência uma linha de trabalho e que faltaria uma terceira parte para fechar a trilogia.

Lançou-se em direção à Sibéria para realizar o fechamento do trabalho. Na costa do Mar Bérico existe uma comunidade de caçadores de baleia que lutem pela sobrevivência nessa tradição milenar em um dos ambientes mais hostis e inóspitos do planeta.

No filme Hunters – Since the Begining of Time, de 2008, Carlos buscou capturar essa tradição milenar de baleeiros, sua habilidade de sobreviver utilizando técnicas arcaicas hoje proibidas por comissões internacionais, mostrando esse ciclo alimentício dos habitantes desde a escassez absoluta de outras formas de alimentação no inverno ao verão.

A trilogia END traça o que seria o “fim” simbólico do mundo. As três partes conjuntas capturam locais distantes, desolados e longínquos, locais de exílio da alma e da prisão do homem moderno. Tentar capturar em película o que é essa busca eterna e completamente sem razão que tanto move as pessoas foi o objetivo inicial e a proposta final.

 

OUTROS PROJETOS           

Além de Afterowords, Carlos produziu o filme Rocinha (2005) junto com Batman Zavareze, criador e diretor do festival Multiplicidade. Ao viver na comunidade, produziu um retrato dos habitantes da região, seus costumes e fez uma pesquisa musical, fugindo dos estereótipos de pobreza, drogas e violência.

Ao longo dos anos, Carlos desenvolveu diversas formas de apresentar a trilogia END ao redor do mundo, participando inclusive de festivais de arte e música como o Sónar (Barcelona). Neste, teve seu trabalho Rocinha apresentado como performance.