Acabou, mas sobraram dois

Sim, é verdade. Estão esgotados os ingressos para o último Multiplicidade de 2009 que acontece amanhã no Oi Casagrande. Cinematic Orchestra apresentando Man with a movie camera só mesmo pra quem se antecipou e garantiu o ingresso.

Quer dizer, isso é quase verdade. Porque nós guardamos dois ingressos que serão sorteados para dois seguidores do nosso Twitter. Promoção simples, basta seguir o @multiplicidade_ e twittar:

“Hoje tem Cinematic Orchestra no @multiplicidade_ http://migre.me/edj4”

Pronto, você está concorrendo a um convite para acompanhar junto com a gente esse encerramento de ano fantástico.

Mas corre, a promo só vale até meio-dia de amanhã.

Sobre o filme

Man with a a movie camera é um documentário experimental de 1929, e se tornou referência para o cinema por sua inovação e técnicas utilizadas. Nas cenas que retratam a vida urbana em Odessa (e em outras cidades próximas), foram utilizadas dupla exposição, slow motion, fast motion, tela dividida, super close up ou animação em stop motion. Dziga Vertov, que idealizou, filmou e dirigiu a produção, contou com a ajuda de sua mulher, Elizaveta Svilova, na edição do filme.

Man with a movie camera é parte da apresentação do último Multiplicidade do ano, que acontece na próxima terça-feira e trará pela primeira vez ao Rio a Cinematic Orchestra.

Menina dos Olhos

Ela nasceu em Londres, e começou a cantar aos 15 anos. De lá pra cá, Heidi Vogel, com sua incrível voz, já encantou diversas partes do mundo, participando de variados projetos. Heidi já cantou com Brand New Heavies, Eska Mtungwazi, e é claro, Cinematic Orchestra. Para ver Heidi ao vivo na próxima 3ª, basta participar do último Multiplicidade do ano. Ainda tem ingresso. Nos vemos lá!

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Trilha Original?

Quando escreveu o roteiro para Man with Movie Camera, Dziga Vertov escreveu indicações que compunham a trilha sonora, a ser executada por um pianista ao acompanhar a projeção. Em 1996 o norueguês Geir Jenssen utilizou as anotações na composição de novas músicas para o filme. A NYU utiliza trechos do documentário russo para os exercícios de sonorização da faculdade.

E na próxima terça feira nós veremos 11 músicos no palco do Oi Casagrande executando ainda outra trilha original. Mas com tantas versões, popularidade, e tempo de história, qual delas é original para você?

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Vai ter bis!

Isso mesmo, no dia 15, após a apresentação completa de Man with a movie camera, o Cinematic Orchestra vai fazer um bis com músicas surpresas. Façam suas apostas:

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Ingressos para o Cinematic Orchestra

Como já dissemos aqui, dia 15 de dezembro, o Cinematic Orchestra estará no Rio, no Oi Casagrandre e trará “Man with a movie Camera” para o Multiplicidade. Os onze integrantes do grupo apresentarão ao vivo a trilha sonora feita para o documentário russo homônimo, mudo, de 1929.

Os ingressos já estão à venda, e metade deles já foi vendida. Então trouxemos até você as informações necessárias para garantir o seu ingresso para o espetáculo.

O último Multiplicidade do ano acontece 15/12, no Oi Casagrande 21h.
Os ingressos estão à venda – R$15 inteira e R$7,50 meia:

Na bilheteria do teatro
3ª e 4ª 15h às 20h / 5ª e 6ª – 15h às 21h
sáb 12h as 21:30h / dom 12h às 19h

No site ingresso.com
na sessão Teatro, busque pelo Oi Casagrande.

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The Cinematic Orchestra no Multiplicidade

Cinematic Orchestra 2

Em 1929, quando o russo Dziga Vertov lançou o revolucionário filme mudo “The man with a moving camera”, mal podia imaginar que no século seguinte, mais precisamente em 2003, seu filme ganharia expressão sonora. Os responsáveis por essa releitura são os músicos que compõe The Cinematic Orchestra, que lançaram em DVD o filme original sobreposto por uma trilha exclusiva. O grupo mistura jazz, eletrônico e diversos outros elementos capazes de criar um elo permanente entre música e imagem.

O resultado foi indiscutivelmente um enorme sucesso, que se refletiu no esgotamento de DVD’s a venda, transformando-os em ícones de colecionador.

Mas para alegria de todos e felicidade geral da multiplicidade que nos acompanha: dia 15 de dezembro The Cinematic Orchestra estará no Rio para uma única apresentação de The man with a moving camera. Edição final do Multiplicidade 2009, no Oi Casagrande, para fechar com chave de ouro. Esperamos ansiosamente todos lá. Assim que os ingressos estiverem à venda divulgaremos aqui no blog, e quem sabe não rolam umas promos…

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Todos os sons do silêncio

cinematic camera cover


Filme russo de 1929 ganha trilha sonora da Cinematic Orchestra e vira DVD

O que são alguns meses de atraso perto de 75 anos de silêncio? Se o querido zine-leitor se perdeu em meio a zilhões de lançamentos musicais no segundo semestre de 2003, não fique triste. Só andróides com Inteligência Artificial e muita memória RAM poderiam acompanhar TUDO o que chega às lojas. Portanto, junte-se a nós e seja, enfim, apresentado a um dos melhores discos (e DVDs) do ano passado: “Man with a movie camera”, no qual o precioso grupo inglês The Cinematic Orchestra “musicou” um clássico do cinema, o filme (mudo) russo “Man with a movie camera”, dirigido pelo polonês Dziga Vertov em 1929.

O disco e o DVD (da sagaz Ninja Tune) são importados, mas o filme, com o nome “Um homem com uma câmera”, chegou aqui em DVD da Continental (esgotado na maior parte dos sites de venda) e na caixa “O cinema revolucionário soviético”.

No filme, Vertov, um dos cineastas preferidos de Lênin, dá um start no cinema-verdade e retrata um dia na outrora poderosa União Soviética. Dividido em seis temas, ele mostra os trabalhadores nas ruas, nas fábricas e em seus momentos de lazer. São imagens deslumbrantes, com cortes, telas divididas e outras técnicas de edição que estavam muito além do seu tempo. Pergunte ao seu amigo cinéfilo que ele vai te explicar isso bem melhor.

Além de todas as suas qualidades, “Man with a movie camera” tem ritmo. E é justamente aí que entra a Cinematic Orchestra.

Há ritmo e repetição no filme. E isso é fantástico – declarou em entrevista à BBC o DJ, produtor e fundador da banda, J. Swinscoe.

Ora, a Cinematic Orchestra ganhou fama e passou a ser cultuada por causa do seu som, ahn, cinematográfico, espaçoso, aberto, meio soul, meio dark. Misturando músicos “de verdade” com samplers e scratches, o CO é uma banda de jazz eletrônico. Um jazz bem free, diga-se de passagem.

E foi com essa credencial que o grupo foi chamado pelos organizadores do Festival de Cinema do Porto, em 1999, para essa ambiciosa aventura: botar som no silêncio e fazer uma apresentação ao vivo acompanhando as imagens do filme.

Ficávamos dentro do estúdio olhando o filme numa televisão bem pequena enquanto buscávamos inspiração para as músicas – conta Swinscoe numa entrevista incluída no DVD.

O resultado ficou tão bom que, além de palmas, o show ganhou disco, DVD e gerou uma turnê na qual o CO está até agora. Para quem não tem milhas ou milhares de reais acumulados e não pode ir atrás da banda, a melhor opção é mesmo ver o DVD.

Ele traz o filme, na íntegra, já com o som do CO ao fundo, num casamento perfeito: o som grandioso da Cinematic Orchestra inserido nas imagens de Vertov como se tivesse nascido assim, seja no enterro “embalado” pela atmosfera sombria de “Evolution” ou nas batidas quebradas de “Work it” acompanhando o frenético ritmo de trabalho das operárias russas.

“Man with a movie camera”, o DVD, traz também trechos de um show da Cinematic Orchestra em Londres e o vídeo de “All that you give” (do disco-irmão “Every day”, com a participação da lendária cantora Fontella Bass). O silêncio nunca soou tão bem.

Matéria originalmente publicada pelo jornalista Carlos Albuquerque no Rio Fanzine (Jornal OGLOBO), em 2004.

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