MULTI_03: Coisa de criança?

“Em 2025, os games vão estar por toda parte”. Essa é a premissa dos “Rafaéis”, membros da Gamesquare, startup responsável pelas projeções que compuseram a apresentação do Multiplicidade_03 na noite de quinta-feira (21). Em parceria com os “Andrés” do duo Astromash, eles fizeram o público do Oi Futuro se sentir na pele de personagens da narrativa de jogos digitais, sob o desafio de construir juntos um ambiente imersivo.

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Rodeados por suas guitarras, sintetizadores e teclados numa performance ao vivo, A.PAX e A.DES fizeram ecoar os sons de uma trilha inédita inspirada em games atuais e clássicos, como o próprio Astromash, lançado na década de 80. Como sugeriu André Dessandes, “o futuro se faz por referências do passado”.

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Minutos antes das portas do teatro se abrirem, pessoas de todas as idades experimentavam as sensações provocadas pelo Oculus Rift, atração promovida pela galera da mobCONTENT. Afinal de contas, daqui a 10 anos, o que não vai faltar, segundo eles, é o contato cada vez mais intenso com a realidade virtual.

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E como a interatividade já é pressuposto, nossas crianças de 2025 participaram com liberdade e ideias ousadas da oficina de personalização do próprio Oculus, que rolou durante a manhã; uma mistura divertida de papelão, cola, tesouras sem ponta, lentes, purpurina, tecnologia, perguntas e respostas inusitadas e descobertas. Foi uma troca honesta entre gerações que só reforça a ideia – ou melhor, realidade – de que os games não são apenas “coisa de criança”.

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Mas ainda bem que já estamos em 2025. Premissa cumprida.

Fotos: Eduardo Magalhães / 14

Sobre Realidade Virtual, Oculus Rift e um pouco mais…

Assim como os irmãos Lumière deram os primeiros passos do cinema a pouco mais de um século, pesquisadores e desenvolvedores do mundo todo vem engatinhando na arte da realidade virtual, esse híbrido de cinema, game e imersão que vem mexendo com a nossa cabeça nessa última década.

Oculus Rift

Com a chegada de uma nova geração equipamentos eletrônicos potentes e a preços acessíveis, somado a tecnologias open source e a cultura maker, temos avançado em passos largos na produção de conteúdos com qualidade gráfica ultra realista atrelada a captura de movimentos. Uma vantagem que facilita a construção de mundos paralelos imersivos, opostos a passividade da tv e do cinema.

 

Cruzando tecnologias como as do Kinnect, Hololens e Oculus Rift, por exemplo, locais como o instituto francês Le Cube e a encubadora Rio Criativo tem se tornado o cenário ideal para que coletivos e startups, como a mobCONTENT, possam explorar possibilidades comerciais e artísticas de projetos semelhantes ao Rio Antigamente e a oficina Pequenos Inventores, fruto de uma parceria com a Olabi, e que é uma das atrações da próxima edição do Festival Multiplicidade 2025.

Ficou curioso sobre o tema? Traga seu Pequeno Inventor para a oficina que acontece no próximo da 20 de Agosto, das 10 as 11h30, no Teatro do Oi Futuro Flamengo. A noite tem programação pra todas as idades, no encontro entre o Duo Astromash e a galera da Gamesquare, em um espetáculo totalmente inspirado no mundo dos Games, com cineclube de Realidade Virtual acontecendo em paralelo. Mais informações no Facebook.

MULTI_02: Geração Circuitada

Duas superfícies de acrílico, uma tela, mesa de som, luz, projetores, computadores, voz. Dois artistas e suas sombras em uma performance conjunta, ao vivo e a cores – muitas cores. O propósito? Fazer todos sentirem as batidas da arte e da tecnologia, uma questão de olhos, ouvidos e inspiração; o melhor da geração circuitada.

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No Multiplicidade_02, realizado no Oi Futuro Flamengo, Kinkid & Diego Bragança, donos das sombras protagonistas da apresentação, fizeram o público imergir, envolto em uma espécie de “aquário” preenchido por sons e imagens. Nas palavras do próprio Jose Hesse, nome por trás do Kinkid, “o momento foi perfeito para experimentar tanto a sensibilidade quanto a agressividade da música eletrônica”.

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No teatro lotado, o duo fez todos entrarem no clima, como se aos poucos os pixels ganhassem melodia e a música fosse vivenciada visualmente, numa sinergia perfeita. Segundo Diego, lembrando-se do que aprendeu em outras edições do Multiplicidade, “foi como moldar o tempo“, dessa vez, em parceria.

Entre sons inusitados, notas de piano e projeções minimalistas, as sombras revelavam o entusiasmo corporal de um DJ e, paralelamente, a concentração e serenidade de um videomaker apaixonado por ciência. Eles não deixaram dúvidas de que o que rola entre ambos os artistas e seus respectivos softwares é relacionamento sério.

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Para os que preferiam aproveitar um bom papo ao ar livre sem deixar de contemplar a performance dos meninos, uma projeção dava as boas vindas logo na entrada do prédio. Perto do café, outra tela exibia a dupla em tempo real.

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Por mais uma noite, o Rio de Janeiro viveu 2025, um tempo mais pulsante, com arte acessível, livre, experimental; num lugar de convergência midiática, encontro, convivência.

Fotos: Francisco Costa/14

O que é a Geração Circuitada?

No próximo dia 06 de Agosto, nosso tema é Geração Circuitada e para celebrar essa galera adepta do DIY, que trabalha em rede e com equipamentos que cabem na mochila, promovemos o encontro de dois integrantes do selo de música independente DOMINA, o mesmo pelo qual o produtor Pedro Manara lançou seu CD, Ihnteractions, em 2014.

Geração Circuitada

José Hesse, o carioca por trás do projeto Kinkid, estudou três anos de violão clássico e teve bandas de hardcore antes de ingressar no universo da música eletrônica. Sua relação com a música nasceu por causa da avó, cantora amadora de bolero na década de 1960 mas sua identidade musical se definiu mesmo foi no final dos anos 1990, através de amigos DJs e do fascínio por vinis.

Em entrevista a Vice, José comenta que o Kinkid nasceu de uma necessidade sua enquanto artista e que o projeto é bem egoísta, algo que ele faz para si mesmo, como uma forma de exorcizar seus próprios demônios. Com passagens pelo Art Rua, FAL e a galeria Pivô de SP, ele acaba de retornar de uma viagem pela Europa e Ásia, em que realizou uma série de 16 memoráveis apresentações, além de gravar parte do seu segundo disco e mixar alguns singles.

José Hesse aka Kinkid

Para cuidar da parte visual, convidamos o videomaker Diego Bragança, que já realizou trabalhos para os festivais Dança em foco, Arte Core, o polonês Garbicz Festival, a festa Moo, o happening Aperó da Casa Daros e está na lista dos 100 cariocas mais criativos do O Cluster.

Diego Bragança

Fascinado pela ciência, proveniente de seus primeiros estudos de engenharia e geologia, Diego desenvolveu uma linguagem de projeções e vídeo com forte influência do minimalismo, glitch, experimental e já adiantou que para o Festival Multiplicidade está preparando uma performance site specific completamente inédita, em total sintonia com seu também amigo fora a dos palcos, José Hesse. Confira abaixo a programação dessa semana:

MULTI_02_Geração circuitada
20h – Kinkid & Diego Bragança (BRA-RJ) | Teatro
Ingressos a venda na bilheteria Oi Futuro Flamengo e Ingresso Rápido

+ infos

Kinkid @ Galeria Pivô SP

Estamos em 2025.. Sejam bem-vindos!!!