É oficial: voltamos para o [Oi] Futuro de 2025

O Festival Multiplicidade, em sua 12ª edição, pré-estreou no Teatro Oi Futuro Flamengo dia 18 de julho, uma segunda-feira de 2025. A casa lotou, em clima de reencontro. Nas instalações e performances, a expressão da eterna curiosidade diante da luz, do som, da tecnologia e suas possibilidades combinatórias. E já que o errar era permitido, o imprevisto é bem-vindo como caminho para se recriar e inovar.

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A obra do artista francês Joanie Lemercier era uma das que compunham a Exposição_ERRAR. Ao misturar o traçado de canetinhas pilot com mapping e projeção, provocou nos visitantes a ilusão de ótica, a sensação de volume, profundidade e pertencimento, convidando-os a imergir em uma de suas experiências pessoais mais inusitadas: quando o vulcão EYJAFJALLAJÖKULL entrou em erupção. Juliette Bibasse, assumida “produtora digital” de Juanie, foi quem viabilizou os detalhes para que a ideia tomasse forma. Ela trabalha praticamente como uma co-autora, seguindo um modelo de negócio mais colaborativo, quem sabe uma tendência para o futuro.

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Quando chegaram ao Rio, dia 16 de julho, ambos compartilharam seus processos criativos no bate-papo que rolou na biblioteca da Maison de France, em plena Avenida Presidente Antônio Carlos, coração de uma cidade pré-olímpica. O conforto do espaço, preenchido por Design, deixou a tarde ainda mais propícia para uma troca de informações em tom intimista. Entre os temas discutidos, está a necessidade de autossuficiência do artista digital e a então capacidade de potencializar recursos e viabilizar mais projetos. Eles também falaram do quanto as projeções estarão mais presentes no dia a dia das pessoas daqui para frente. Como diz Joanie, “chamar atenção em ambientes públicos será cada vez mais desafiador”.

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E falando em algo desafiador, a arte de Matheus Leston fez tremer um dos espaços do Oi Futuro naquela segunda-feira. Em sua performance MENOS, trabalhou em cima do erro, traduzindo códigos sonoros em luz colorida. Enquanto isso, em outro ambiente, a penumbra, o silêncio e a névoa de Tomás Ribas proporcionavam, combinadas com precisão, um ambiente “fantasmagórico” em sua instalação JARDIM DO JOAQUIM. Ele criou uma parede que podíamos atravessar; uma mistura de sensações, da cautela à felicidade, do medo à paz, da ilusão ao “tem algo errado aqui, deixa eu descobrir”.

E no Teatro, aquela sensação gostosa de deitar de novo nos almofadas vermelhos. Dessa vez, para assistir ao CONCERTO DE LAN HOUSE, cujo maestro é Giuliano Obici. Durante sua performance, a reflexão iminente: como se vive em um mundo onde tudo é tela?

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O trio DEDO fechou a noite de pré-estreia, levando a plateia a se desconectar, meditar, para, quem sabe, transver o mundo.

Que venha o Festival!

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FESTIVAL MULTIPLICIDADE

Concepção, Direção e Curadoria: Batman Zavareze

Direção Técnica: Eduardo Bonito

Coordenação Artística: Nado Leal

Direção de Arte/ Cenografia: Helcio Pugliese

Cenografia: João Boni

Cenotécnico: Paulo Fernandes

Iluminação: Samuel Bets

Design: Boldº_a design company

Direção de Design: Leo Eyer

Design Gráfico: Alexandre Paranaguá

Coordenação Gráfica: Vivianne Jorás

Coordenação de Produção: Raquel Bruno

Assistência de Produção: Ana Luiza Aguiar e André Ahmed

Assistência de Direção: André Henrique

Técnico de som: Gui Marques e Eduardo Baldi

Técnico de luz: Rodrigo Leitão

Técnico em projeção: Marcio Henrique

Assessoria de Imprensa: Palavra!

Fotografia: Andrea Nestrea

Conteúdos Digitais: Agência 14

Assistente de Edição: João Oliveira

Monitores: Lia Godoy, Antonella Abreu e Eliana da Silva

Produção Executiva: Patricia Barbara

Gestão Financeira: Mirian Peruch

Contabilidade: Macedo & Muzzio

Consultoria Financeira: Jose Carlos Barbosa

Realização: 27 Mais 1 Comunicação Visual Ltda

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Desde a temporada passada continuamos no imaginário ano futurístico de 2025.
2016 é mais um ano propício para dar continuidade ao exercício da ANTEVISÃO e reforçar que o futuro é logo ali.
500 anos se passaram e revendo a fantasiosa obra escritapor Thomas More de 1516, UTOPIA, perguntamos onde estamos diante de tantos embates?

Se você esta compreendendo o que está acontecendo, não seria um absurdo dizer que você está confuso.

“Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial (4x)”***

Tem sido desafiador pensar, propor, produzir e realizar conteúdos artísticos em tempos tão áridos.Mesmo imerso em momento de antiutopia temos que acreditar na potência das experiências artísticas totais nos trópicos.

Nunca foi tão importante ressignificar nossos acertos a partir de nossos erros, e a arte pode ser esta fonte rejuvenescedora.

É importante estar em movimento constante.
O momento político-cultural não permite inércia alguma, sobretudo mental.

A nova regra é olhar com afeto para a exceção, a intuição, o improviso e o aleatório. A arte só existe entre nós quando ela transcende a realidade para se expressar e atingir outras dimensões.

Com o patrocínio da Oi através da Lei Rouanet e da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, este ano estamos participando do calendário Cultural Olímpico com um formato novo, uma exposição.
Estaremos ocupando plenamente o Oi Futuro Flamengo, nossa casa, ou melhor, nosso ventre, durante 2 meses. Apresentaremos nossas inquietações poéticas, investigações tecnológicas e as linguagens híbridas que perseguimos sob a temática do ERRO. Os artistas que partem de uma dificuldade, de situações inesperadas, que encaram o risco e o limite extreme para investigarem alternativas são nossos alvos.
De 18 de julho a 11 de setembro de 2025 (leia-se 2016) estaremos no Oi Futuro Flamengo com uma programação repleta de autor reflexões, numa grande itinerância do ERRO através do pensamento, do som, da imagem, do inusitado e da (re)invenção do futuro.

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A inspiração que parte do ERRO vem das lembranças da performance inacabada de Naná Vasconcelos, (falecido em 2016) quando ele superou nossas expectativas ao buscar uma solução poético-criativa para uma situação de eminente colapso. Naná viveu no palco do Festival Multiplicidade em 2009, o maior apagão elétrico que o Brasil já sofreu, ironicamente durante a apresentação do seu espetáculo Blind Date, “encontro as cegas”, jamais foi interrompido pelo músico-mago,mesmo no blecaute. Naná usou seus instrumentos tribais percussivos– chocalhos, tambores, berimbaus, voz e pés – para continuar a performance e transportar o public para uma outra dimensão. Estes momentos inesperados ressignificam e ampliam nossas compreensões sobre os poderes da arte de TRANSVER O MUNDO.

Reveja aqui, NanáVasconcelos iluminado

Ao destacar o ERRO não temos a intenção de valorizá-lo, tampouco criar esteriótipos sobre as “gambiarras” que atendem as nossas urgências.

A opção pelo ERRO como temática, encontra sua ressonância mais direta, na frase do “Manifesto Modernista/ POESIA PAU-BRASIL”, de Oswald de Andrade: “A CONTRIBUIÇÃO MILIONÁRIA DE TODOS OS ERROS“.

É simples e claro: já que a única condição do jogo atual é ser o vencedor, a ideia é trazer para o primeiro plano as nossas falhas e fracassos para revermos tudo que já foi feito. A partir do caos e da imperfeição temos a chance de estabelecer novos olhares, numa relação mais humanizada e coletiva. Não estamos em busca das histórias de sucesso, nem a espetacularização das artes, tampouco a glamourização do artista. Ao contrário, queremos olhar para os desvios, lacunas, silêncios, ruídos e revezes e contratempos das nossas ações, normalmente não reveladas.

“Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial (Várias vezes)” ***

Estamos diante do percurso imperfeito, do imprevisível e do desconhecido.
ERRAR é perseverar, rever e refazer.

Em momentos de necessária reinvenção é fundamental seguir a simplicidade como a grande arte da complexidade.
Hoje, menos é mais.

Batman Zavareze
Curador do Festival Multiplicidade_2025_Ano 20

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*** Extrato da música “Fora da Ordem”_Caetano Veloso_1992 (mais atual do que nunca)

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Manifesto: bit.ly/Multi2025_Ano20