Festival Música Estranha celebra tudo o que não é comum

Musica Estranha

 

Começa neste sábado a edição 8 1/2 do festival Música Estranha. Com nome inspirado no clássico filme de Federico Fellini, o evento de música e artes híbridas busca, nas palavras do seu curador e idealizador Thiago Cury, “fugir do formato clássico de transmissão de shows ao vivo”. Até domingo, o ME vai alternar debates, com a presença de um mediador, oficinas e intervenções artísticas.

Entre os convidados do festival, que vai até o próximo domingo, estão nomes como Ana Garcia, o criador do Multiplicidade Batman Zavareze, Bernardo Oliveira, Chico Dub, Pérola Mathias (debates),Lello Bezerra (oficinas), Kiko Dinucci, M.Takara, Fernando Velàzquez e Dimitri Lima. Mais informações nas redes sociais do Música Estranha

Batman Zavareze aponta os diversos ‘Brasis’ nos 15 anos do Multiplicidade

Batman

Idealizador e curador do festival Multiplicidade – que estreia sua edição 2019 no dia 27/09, com show do BaianaSystem no Circo Voador e segue para uma ocupação no Oi Futuro Flamengo, entre os dias 30/09 e 6/10 -, Batman Zavareze faz um balanço dos 15 anos do evento, explica o tema deste ano (os “Brasis” de um país virado ao avesso), conta o motivo da escolha do BaianaSystem para a abertura (e para uma instalação exclusiva no Oi Futuro Flamengo) e reflete sobre as mudanças e o impacto da tecnologia nas artes em geral.

– Hoje, você tem um cinema em casa, com uma seleção farta de séries, só para ficar num exemplo de escolhas que se tornaram muito acessíveis – diz ele. – Mesmo assim, acho que uma experiência presencial, provocativa e extrapolada, é como uma viagem que fica tatuada para sempre em nossa mente, em nossas memórias afetivas.

Qual o balanço desses 15 anos de Multiplicidade?

Batman Zavareze – O festival surgiu num momento em que a palavra “multiplicidade” nas artes era quase maldita. O teatro era teatro, o cinema era cinema. Vivi um momento onde todos queriam rotular o festival. Senti prazer em surfar numa zona livre e inclassificável. Em 2006, participando de uma mesa com o artista Cao Guimarães, ele me disse que vivia num limbo e isso era muito bom. Ele dizia que o pessoal do cinema o chamava de artista plástico e acontecia o pessoal das artes contemporâneas o chamava de cineasta. Naquele momento , escutando aquilo, me senti fortalecido.
Não era o único, mas sabia que estava trilhando um caminho onde não era um especialista e isso deveria ser ponto principal para traçar meu caminho, num modelo mais intuitivo e aglutinador de ideias. Quando a ruptura dessas fronteiras passou a ser a nova regra das artes, conseguimos, finalmente, aplicar em uma série de editais, já que até então éramos inexistentes. Fomos rotulados de plataformas de artes híbridas.
Atravessamos os nossos primeiros quatro anos (ainda não existia Facebook para desfocar a atenção de ninguém com brigas ou autopromoção) despertando curiosidades de várias pontas: artistas ávidos por experimentar em espaços diferentes e técnicos em busca de novas profissões que buscavam sair do quadrado. Desde o inicio, sempre tivemos parcerias internacionais e aos poucos construímos pontes importantes na Europa, a ponto de termos realizados 15 colaborações no exterior com total compreensão do que poderíamos criar. Numa delas, levamos 50 artistas para Florença numa co-curadoria com um dos atuais curadores da Tate Modern. Fomos pioneiros nesse dialogo no Rio, tanto como uma plataforma que unia artes integradas, como patrocinadores de artistas residentes durante períodos longos. Sempre promovemos eventos presenciais únicos, construídos por muitas mãos juntas. Isso possibilitava ter sempre um pé cravado na experimentação, na pesquisa e na inovação.
Em torno de seis, sete anos de existência, ficou muito claro que a filosofia do DIY (“Do it yourself”, “Faça você mesmo”), alavanca fundamental da era digital, estava migrando para o termo mais inclusivo, DIWO (“Do it with others”, “Faça com os outros”). Isso foi muito estimulante vendo coletivos criando, propondo e se apresentando com propostas novas com as tecnologias e recursos disponíveis naquele momento.
Hoje, com tantas descobertas facilitadas pelas redes sociais, surge um fenômeno crescente da pasteurização das ideias – vejo que há muitos projetos semelhantes, parecem cópias de tão iguais. Acredito que todos estão pesquisando as mesmas coisas, induzidos pelos algoritmos do Google, além de existir um enorme desinteresse do publico em geral que tem se afastado de experiências totais e imprevisíveis, devido a uma enorme competição com o sofá e a tela de bolso. Isso tem gerado uma preguiça coletiva em descobrir e criar, o que afeta diretamente um mergulho mais vertical em novas questões artísticas, mesmo com a criação de ferramentas tecnológicas extremamente sedutoras para criar algo novo. Estamos vivendo um tempo em que todos reclamam que não tem tempo para nada, mas as pessoas continuam perdendo muito tempo com besteiras irrelevantes. Estamos imersos numa tremenda pasmaceira, numa narrativa que mais parece um triunvirato das efemeridades e obsolescências.

Para um evento que teve como temas recentes o barulho e a utopia, o que representa o tema desse ano, BRASIS?

BZ – Estamos imersos numa trilogia. Nada foi premeditado, mas os sinais foram dados pelas tensões que estamos vivendo no Brasil e no mundo desde 2015. Sendo um evento com muita atenção pelas estéticas visuais, em 2017 optamos por documentar como jamais tínhamos feito as sonoridades investigadas pelo festival, e o resultado foi um vinil com as experiências capturadas naquele ano. Tiramos o pé do acelerador das imagens projetadas, uma referencia na memória de todos quando falam sobre o Multiplicidade. Fomos com 30 artistas para o Xingu, com uma seleção de criadores emergentes que eram invisíveis na maioria das exposições contemporâneas e precisavam de uma oportunidade. Trouxemos o Xingu para o festival. Foi um ano que a escuta, confrontada pelo tema BARULHO, foi o norte para promover algumas reflexões artísticas importantes.

Em 2018, falamos de resistência, existência, saídas possíveis para buscar caminhos poéticos e isso era representado simbolicamente pelos espaços utópicos, com uma instalação inusitada do coletivo croata NUMEN que utilizou 32 km de fitas durex para criar um penetrável pelo qual passaram mais de 40 mil visitantes. Ao fazer o livro, enxergamos que as coisas estavam de ponta cabeça e imprimimos a palavra Brasil virada. Ao começar o ano de 2019, com todos perplexos com o retrocesso que a arte, a cultura e as liberdades de expressão têm sofrido, demonizadas, vimos que muitos pontos se interligavam, e era um momento para olhar para dentro, valorizar o artista brasileiro. Percebi que nunca tivemos uma programação 100% brasileira. Essa trilogia, que passa por utopias e distopias, chama-se BRASIS.

Qual a importância de ter um grupo como o BaianaSystem na abertura do festival e também numa das instalações?

BZ – O BaianaSystem é a síntese das muitas questões que precisamos expor através do tema BRASIS. São artistas baianos, fora do eixo Rio-SP, que estão vivendo um momento maravilhoso no Brasil e no mundo. Trabalham de forma muito autoral a união entre imagem, som e tecnologia. São envolvidos por um contexto que sempre provoca muitas reflexões, e com eles, certamente iremos celebrar nossos 15 anos de existência num evento catártico. Por tudo que está acontecendo, queria começar com uma catarse. Neste ano, teremos uma programação em 15 atos com muitos artistas que foram invisíveis ao longo de nossa trajetória. E os homens invisíveis são temas recorrentes nos personagens expostos nas canções do grupo. O BaianaSystem tem raízes culturais fundamentais para entendermos quem somos.

A tecnologia sempre foi o elemento de costura entre as diversas linguagens artísticas do festival. O que mudou na relação do Multiplicidade com ela, da primeira edição, em 2005, até hoje? Como manter essa relação ainda excitante após tanto tempo e com a tecnologia já tão disseminada entre nós?

BZ – Tudo mudou. Em 2005, as experiências presenciais competiam com o controle remoto, um instrumento interativo que já era incrível. Hoje, você tem um cinema em casa, com uma seleção farta de séries, só para ficar num exemplo de escolhas que se tornaram muito acessíveis. Mesmo assim, acho que uma experiência presencial, provocativa e extrapolada, é como uma viagem que fica tatuada para sempre em nossa mente, em nossas memórias afetivas. Lembro do meu primeiro filme no cinema, da minha primeira viagem internacional, de um show do Kraftwerk, da primeira onda que surfei até a areia e da excursão da escola ao planetário.
Existe uma fórmula fácil de atingir e de manter o sucesso que refuto. Dito isso, o festival sai de uma janela que não se sustenta e nunca se sustentará pela bilheteria ou por ativações de empresas de marketing dentro do evento porque muitas vezes apresentamos projetos novos, projetos pilotos. Independente das tecnologias, sejam elas analógicas ou digitais, existe uma função investigativa e impulsionadora de pesquisas artísticas autorais.
Nós brasileiros, mesmo os das grandes capitais, com acesso a tudo, não somos um povo que foi educado para frequentar museus. Isso existe apenas para uma minoria cada vez mais isolada. Se não existe essa cultura de consumir arte, nosso papel torna-se ainda mais importante ao apresentar novas propostas artísticas que tem pouco espaço, ao inventar uma cena com regularidade, ativando uma economia com profissionais capacitados e educando o público a ver algo novo e instigante.
Da mesma forma que o festival surgiu gerando infinitas expectativas, eu acredito que tudo tem inicio, meio e fim. Fizemos contribuições importantes para a cena artística, mas não quero me reinventar pautado pela moda ou por “likes” sem propósitos. Existe uma mensuração artificial de sucesso que pouco me interessa. Se um dia uma cultura de mercado prevalecer como condição de existência, fecharemos um ciclo e vamos inventar uma nova relação com o que construímos de legado até então.

INSTALAÇÃO _ Franklin Cassaro – OCAOCA

cassaro

A instalação OCAOCA de Franklin Cassaro foi criada e exposta a primeira vez em 2001 no MAM-RJ.

Mais de 10 anos depois de criada, esse grande inflável de jornal e fita durex chamado OCAOCA será aberto pela terceira vez. Criado a partir de apenas jornais e fita, esse casulo adquire a função de quase uma máquina do tempo, com notícias por todos os lados que remetem à sua época de criação.

Sua dimensão é de aproximadamente 10 x 15 metros e necessita apenas de um ventilador caseiro para mantê-lo inflado. Depois de atingir sua forma final, até 30 pessoas podem visitar seu interior simultaneamente.

OCAOCA foi aberta em 2011 pela segunda vez no projeto Happenings, também de curadoria de Batman Zavareze.

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INSTALAÇÃO _OCAOCA
Franklin Cassaro

Dia 8 de Dezembro

Horário: 15h00 às 18h00

Local: Terraço
Lotação: 50 pessoas
Somente para maiores de 18 anos

PAINEL _ Rio Occupation London + Lançamento do Livro + Mostra de Vídeos + Instalação Heleno Bernardi

ROL

O segundo painel do sábado, dia 7, é sobre o Rio Occupation London, projeto em que 30 artistas estiveram ao longo das Olimpíadas de Londres 2012 convivendo no mesmo ambiente e criando em conjunto.

Durante esse período de 30 dias, 30 artistas  brasileiros que estiveram em Londres trabalhando em colaboração com artistas e instituições culturais britânicas durante o período das Olimpíadas de 2012.

Performances, poesia, música, teatro, cinema, fotografia, além de reflexões por quem vivenciou esta experiência, farão parte deste painel. Este projeto dinamizou o dialogo entre os artistas de duas cidades olímpicas e deixou um legado forte para o Rio de Janeiro em 2016.

Os idealizadores do ROL, a Secretária de Cultura Adriana Rattes, os diretores gerais Gringo Cardia e Cristiane Jathay, os curadores Nayse Lopez, Batman Zavareze, Cesar Augusto, Pedro Seiller e Marcio Botner, os patrocinadores e os 30 artistas participantes estarão celebrando a conclusão desta experiência, agora replicada no Brasil com a vinda de artistas britânicos dentro do Festival Multiplicidade.

Performance, poesia, música, teatro, cinema e fotografia, além de reflexões por quem vivenciou esta experiência, farão parte deste painel. O Rio Occupation London dinamizou o dialogo entre os artistas de duas cidades olímpicas e deixou um legado forte para o Rio de Janeiro em 2016.

Junto com esse evento será lançado o livro Rio Occupation London, com toda a residência dos artistas documentada em fotos e textos.

Após o painel, serão exibidos continuamente os vídeos gerados a partir da residencia em Londres dos artistas, por Domenico Lancellotti, Felipe Rocha, Christiane Jatahy, Paulo Camacho e Anna Azevedo.

Junto com o painel, o trabalho do artista plástico Heleno Bernardi chamado “Enquanto Falo, as Horas Passam”estará disponível para uso do público.

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Sábado, dia 7 de Dezembro

[17:00h] PAINEL_COLABORAÇÃO ARTÍSTICA
ROL – Rio Occupation London + Lançamento do livro Rio Occupation London
Local: Salão Nobre
Lotação: 100 pessoasPainel realizado em parceria com a Secretaria de Estado de CulturaPeople’s Palace Projects do Brasil e o British Council

[20:00 – 21:00h] MOSTRA DE VÍDEOS 

Obra: Vídeos do Rio Occupation London (Domenico Lancelloti/ Felipe Rocha/ Christiane Jathay/ Paulo Camacho)
Horário: 20h00 às 01h30

INSTALAÇÃO 
Heleno Bernardi – BR (rj)
Obra: “Enquanto Falo, As Horas Passam”

 

INSTALAÇÃO _ Árvores Sonoras

bartolo

Metade do duo Duplexx, Batolo ocupa a trilha da capelinha com sua instalação Árvores Sonoras.

A instalação Árvores Sonoras necessita de um lugar natural para sua execução. É um projeto de simbiose sonora e visual entre um espaço florestal (parte natural) e emissores de som mecânico (parte artificial).

As árvores são equipadas de maneira inofensiva com pequenos alto-falantes formando um conjunto de esculturas sonoras vivas. Os sons dos insetos, aves, água, enfim, diversos elementos naturais cujo audio foi registrado pelo artisto. Essa compilação será ouvida simultaneamente com os sons emitidos pelos aparelhos eletrônicos, sem que estes se imponham ao som natural.

Ao contrário, a idéia é criar um equilíbrio entre o plano tátil/visual (árvores e altofalantes) e sonoro, não palpável (sons naturais e sons emitidos por altofalantes).

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Árvores Sonoras
Artista: Bartolo – BR (rj)


Sábado e Domingo, dias 7 e 8 de Dezembro
Horário: 10h00 às 22h00

Local: trilha da Capelinha

Lotação: circulação normal do Parque Lage

Workshop Circuit Bending com Barry Cullen (GB) e Cristiano Rosa (BR.rs)

workshop

 Em momento inédito do Festival Multiplicidade, o EAV Paque lage recebe uma oficina de Circuit Bending e Arte Sonora ministrada pela dupla Barry Cullen (GB) e Cristiano Rosa (Pan&Tone – BR).

O foco da oficina é na atividade prática de reciclagem criativa de eletrônicos descartados e a construção de instrumentos eletrônicos audiovisuais utilizando a técnica de “Circuit Bending”. O resultado do workshop será exposto e utilizado na 1ª performance do dia seguinte, ao redor do casarão (Rua 2) sob o comando do artista Arto Lindsay.

Venha aprender a construir seus próprios instrumentos modificando circuitos eletrônicos existentes em diversos aparelhos baratos, brinquedos ou materiais reciclados.

Utilizando metodologia projetual simples e objetiva, os músicos ensinarão técnicas de produção de instrumentos e projetos eletrônicos sonoros utilizando uma diversidade de materiais, tais como, rádios, toca-fitas, pedais de guitarra, osciladores, geradores de pulso, geradores de ruído, filtros, mixers, pré-amplificadores, mini amplificadores, efeitos de distorção entre outros.

> Cristiano Rosa é Pan&tone.

Trabalha com música experimental desde 1989, quando utilizava colagens com fita cassete amassadas, microfonias e percussão em sucata. A partir 2006 iniciou sua pesquisa, deselvolvendo uma série de instrumentos
audio-visuais baseados na técnica de Circuit Bending. Realiza constantemente oficinas promovendo a técnica e incentivando a criação de grupos locais.

http://panetone.net

> Barry Cullen é BEW / dodgy stereo.

Seu trabalho é feito pela mistura de sons e imagens analógicas com tecnologia doméstica com sons de estúdio digitais modernos e gráficos, tentando encontrar um equilíbrio entre a criação de algo novo e sua interação com algo reciclado.

http://dodgystereo.com/

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WORKSHOP_CIRCUIT BENDING E ARTE SONORA
Com Barry Cullen – IRL + Cristiano Rosa – BR (rs)

Sexta-feira, dia 6 de Dezembro
Horário: 10h00 às 17h00
Local: Sala de desenho

Lotação: 20 pessoas inscritas previamente através do email info@multiplicidade.com
Workshop realizado em parceria com o British Council

Encerramento com Dudu Dub

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DJ, produtor, colecionador e pesquisador de disco de vinil, além de criador de identidade musical e trilhas sonoras diversas marcas de moda, Dudu Dub trabalha em clubs e festas desde final dos anos 80.

Tocou em diversos locais do Rio de Janeiro como o Kitshnete (pós-Crepusculo de Cubatão), 00, Rock In Rio 2001, Fundição  Progresso,THC, Minimal Sessions/Les Artistes, Melt, Dama de Ferro, entre diversos outros locais do Rio de Janeiro que ditavam tendência musicais.

Dudu possui uma carreia que se entrelaça com a indústria da moda, grande parte dela dedicada aos grandes desfiles.

Desde 98, começando na Semana Leslie de Moda, faz trilhas para desfiles de marcas como Mara Mac (2005, 2008, 2009, 2010) e Maria Bonita Extra (2012) no Fashion Rio e Maria Bonita no SPFW (de 2006 até 2012).

Em 2008 foi convidado pelo diretor criativo da marca francesa Paule Ka para selecionar a nova música brasileira através de artistas como Cibele, Bebel Gilberto, Bossacucanova, Bid, Funk Come Le Gusta, dentre outros.

Atualmente vem pesquisando novas sonoridades para seus sets de House e Deep Techno.

Segundo Dudu, “o que me move depois de todo esse anos tocando e buscando novos artistas e sonoridades, com essa ferramenta (Soundcloud) posso escutar desde demos obscuras da Finlândia até  o ultimo lançamento de um selo inglês – meu sets nunca mais serão os mesmos!

Explorando novos caminhos para a noite carioca, fez festas com o coletivo LINK que mistura video projeção, arte e música, e discotecagem no lugar do momento no Rio, a Comuna, misto de lounge e galeria de arte.

Lumisokea – Selva

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O Lumisokea é uma dupla belga-italiana formada por Koenraad Ecker e Andrea Taeggi. Sua música aposta em texturas incrivelmente físicas e ricas, usando tanto instrumentos acústicos (violoncelo, piano preparado), bem como hardware analógico para criar uma experiência de sombria e introspectiva.

Suas influências vão desde o dub ao noise, passando pela bassmusic, techno, musique concréte e música clássica contemporânea, focando em certos elementos-chave para induzir estados de transe através de frequências, mover corpos pelas batidas cadenciadas e enfatizar as qualidades táteis do som por diversas texturas sonoras sobrepostas em camadas.

Para fortalecer o impacto do espetáculo Selva junto ao público, o Lumisokea trabalhou junto com o artista Yannick Jacquet ( conhecido como Legoman) para criar uma atmosfera visual . Legoman é um respeitado vídeo-artista, conhecido também como um dos fundadores do AntiVJ.

O visual e cenografia projetados por Jacquet Yannick para Lumisokea são baseados em uma idéia simples, mas altamente eficazm de projetar lentamente vigas geométricas, abstratas de luz em um campo de sala escura cheia de fumaça em direção ao público, gerando um como verdadeiras barras flutuantes.

Ao contrário da maioria dos recursos visuais utilizados em diversas apresentações musicais, essas formas em movimento para não tentar adicionar um certo significado concreto ou imaginário  à musica de Lumisokea.

Na realidade, elas funcionam como um ponto focal hipnótico e uma maneira de libertar o público dos limites do espaço físico, através desse uso das qualidades táteis e ilusória de luz projetadas em fumaça.

Lumisokea tem dois álbuns lançados pelo seto Eat Concret: Automatons (2011) e Selva (2012). Dois novos lançamentos estão programados para o Outono de 2013.