O END_Performance no IAB

Carlos Casas + Chelpa Ferro – END_Performance

Apresentação única no dia 26 de novembro de 2011

 

O Festival Multiplicidade, em seu sétimo ano consecutivo, apresenta uma performance única de Carlos Casas junto ao grupo carioca Chelpa Ferro, recriando ao vivo a trilha sonora dos filmes que compõe END. A proposta é recriar a trilha do filme, mesclando elementos sonoros captados e produzidos por Carlos com a identidade sonora experimental do grupo.

Criado em 1995 pelos artistas plásticos Barrão e Luiz Zerbini, e pelo editor de cinema Sergio Mekler, o Chelpa Ferro explora a plasticidade do som em esculturas, objetos, instalações, performances e apresentações musicais que desafiam os sentidos do espectador. Entre outras mostras, o grupo esteve nas bienais de Veneza (2005), Havana (2003), São Paulo (2002, 2004) e na Bienal de Arte Contemporânea de Liverpool (2002).

Essa apresentação única e histórica acontece no dia 26 de Novembro, sábado, no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), anexo ao prédio do centro cultural Oi Futuro Flamengo.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=EwdTe3BtqPI]

> Serviço:

Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB)

Rua. do Pinheiro, 10 – Flamengo

CEP 22221-050 – Rio de Janeiro-RJ

(21) 2557-4480

(21) 2557-4192

iabrj@iabrj.org.br

www.iabrj.org.br

Entrada Franca, sujeita à lotação.

A Exposição END, no Instituto Cervantes do Rio de Janeiro

A partir do dia 25 de Novembro, o Instituto Cervantes Botafogo recebe a exposição baseada na trilogia END de Carlos Casas, baseada nos filmes produzidos pelo cineasta ao longo desses 10 anos de trabalho.
Serão expostos aqui diversas fotos que compreendem o universo de personagens e paisagens, documentando o que foi observado por Casas durante suas viagens.

Ainda será exibido o filme “Sibéria – Hunters Since the Beginning of Time” (87 min), seguido de um bate papo com o documentarista Bebeto Abrantes e com o crítico de cinema Carlos Alberto Mattos.

No dia 25 acontece o cocktail de inauguração, contando com a presença de Carlos Casas falando do processo de criação e pesquisa de seus filmes.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=uS3FRq8S8_8&w=420&h=315]

> Serviço:

Exposição END

Abertura dia 25 de novembro de 2011

Instituto Cervantes Botafogo

Rua Visconde de Ouro Preto,62 – Botafogo

CEP 22250-180 – Rio de Janeiro-RJ

(21) 3554-5910

http://riodejaneiro.cervantes.es/

Entrada Franca

Quem é Carlos Casas

Carlos Casas é um cineasta experimental catalão cujo trabalho consiste em produzir filmes baseados em experiências próprias ao aventurar-se no que considera o fim do mundo e extrair destes imagens, histórias e sons. A busca por esse universo que considera a periferia do mundo, mas absolutamente de modo não-pejorativo – como o próprio insiste em frisar – criou um material rico em sentimentos, com uma estética própria.

Nascido em 1974 na cidade de Barcelona, capital da região da Catalunha, Carlos é um cineasta e artista visual cujo trabalho é uma mistura entre documentarios, narrativas, visuais e sons contemporâneos. Participou de diversos festivais ao redor do mundo em cidades como Torino, Madrid, Buenos Aires e México, fazendo parte de exibições solo e coletivas.

Começou estudando Artes, Cinema e Design na Espanha para a seguir ingressar no ano de 1998 na escola-modelo Fabrica, centro de pesquisa e comunicação criada pela Benetton e idealizada pelo fotógrafo Oliviero Toscani. Alí, teve acesso a diversos materiais e equipamentos, além de trabalhar como designer e criar diversas exposições e peças. Teve diversas vezes seu trabalho reproduzido na Colors, revista impressa da própria Fabrica.

Seu primeiro trabalho foi Afterwords, no ano 2000, realizado em parceria com a Fabrica. Feito junto com o artista francês Sebastian Lallemand, a hitória de passa em um labirinto onde um homem vive sozinho e luta contra a própria consciência. Esse curta foi exposto em diversos festivais de cinema dentre os anos 2000 e 2003, o que lhe rendeu reconhecimento nos mundos da arte e cinema.

A TRILOGIA END           

Iniciado há exatos 10 anos, Carlos percorreu regiões quase inóspitas, habitadas por povos que pouco tem contato com ambientes exteriores e sobrevivem basicamente de extração local. Esse modelo social criado e adaptado em função da sobrevivência ao frio e escassez de alimento sempre fez parte do imaginário do cineasta que, primeiramente, produziu um filme na Patagônia (região do extremo sul da América do Sul), posteriormente continuando no Aral (Mar do Aral, localizado na Ásia Central) e, fechando a trilogia, na Sibéria (extremo norte da Rússia).

No ano de 2001, Carlos rumou aos confins da América do Sul para criar o que então seria a primeira parte da trilogia END.

Ainda sem existir essa proposta de continuidade e tendo em mente que gostaria de capturar a solidão em forma quase extrema, visitou diversos locais e filmou Solitude At the End of the World durante sua passagem pela Terra do Fogo, capturando diversas imagens de paisagens e personagens que viria a compor o filme.

Nessa que é uma das regiões menos populosas do mundo, alguns homens vivem em solidão extrema, passando meses sem contato com o mundo exterior. Carlos documentou a história de três deles, mostrando como vivem e dependem uns dos outros para sobreviver nesse ambiente hostil, buscando entender suas histórias com delicadeza, dignidade e dedicação, de modo mais observativo do que antropológico.

Aral – Fishing in a Invisible Sea, de 2004, é o segundo trabalho de Carlos Casas, onde o cineasta acompanha três gerações de pescadores sobreviventes no mar do Aral e a sua luta diária pela sobrevivência nesse ambiente extremamente escasso. Carlos busca mostrar o que é a vida após um dos maiores desastres criados pelo ser humano.

Através dessas três gerações de pessoas afetadas pela desertificação de um mar que hoje já perdeu 90% de sua água, Carlos tenta contar a história e tradições de um povo que tende à extinção de seus modos e cultura, hoje tentando se adaptar à essa nova realidade desértica que foi impota. Superando discussões políticas e ecológicas, a narrativa se foca na força e capacidade sobrevivência humana. O cineasta encara essa região como uma das maiores provas de que o ser humano, como um todo, falhou.

Foi a partir desse filme que o cineasta compreendeu a existência uma linha de trabalho e que faltaria uma terceira parte para fechar a trilogia.

Lançou-se em direção à Sibéria para realizar o fechamento do trabalho. Na costa do Mar Bérico existe uma comunidade de caçadores de baleia que lutem pela sobrevivência nessa tradição milenar em um dos ambientes mais hostis e inóspitos do planeta.

No filme Hunters – Since the Begining of Time, de 2008, Carlos buscou capturar essa tradição milenar de baleeiros, sua habilidade de sobreviver utilizando técnicas arcaicas hoje proibidas por comissões internacionais, mostrando esse ciclo alimentício dos habitantes desde a escassez absoluta de outras formas de alimentação no inverno ao verão.

A trilogia END traça o que seria o “fim” simbólico do mundo. As três partes conjuntas capturam locais distantes, desolados e longínquos, locais de exílio da alma e da prisão do homem moderno. Tentar capturar em película o que é essa busca eterna e completamente sem razão que tanto move as pessoas foi o objetivo inicial e a proposta final.

 

OUTROS PROJETOS           

Além de Afterowords, Carlos produziu o filme Rocinha (2005) junto com Batman Zavareze, criador e diretor do festival Multiplicidade. Ao viver na comunidade, produziu um retrato dos habitantes da região, seus costumes e fez uma pesquisa musical, fugindo dos estereótipos de pobreza, drogas e violência.

Ao longo dos anos, Carlos desenvolveu diversas formas de apresentar a trilogia END ao redor do mundo, participando inclusive de festivais de arte e música como o Sónar (Barcelona). Neste, teve seu trabalho Rocinha apresentado como performance.