Live cinema de Carlos Casas é destaque do Ocupa Porto Éden

Vem chegando a hora do estrondo final. Depois de fazer barulho em diversas formas – da desconstrução sinfônica da Quasi-Orquestra, ao canto tribal dos Kuikuro, das ondas espaciais de Dimitre Lima à revoada sensorial de Alex Augier – o Multiplicidade 2017 se desloca para a zona portuária, a caminho do encerramento, mantendo seu perfil plural. No Ocupa Porto Éden, que acontece nesta sexta-feira, o destaque é o cinema ao vivo do artista espanhol (de Barcelona) Carlos Casas, com o instigante projeto “Avalanche”. A noite vai ter também intervenções sonoras dos convidados especiais Neil Leonard e Nikhil Uday Singh (ambos da prestigiosa Berklee College of Music, dos EUA), e do grupo multimídia Chelpa Ferro. O DJ Nado Leal completa a escalação, com uma carga de ritmos inusitados das periferias da ásia central.

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Iniciado em 2009, em colaboração com o compositor norte-americano Phil Niblock (que já trabalhou com Thurston Moore e Lee Ranaldo, do Sonic Youth). “Avalanche” retrata o desaparecimento do vilarejo de Hichigh, no Tajiquistão, que está prestes a se transformar em uma cidade fantasma. Meditativo e transcendental, o trabalho de Casas se tornou um projeto em aberto – capaz de ser apresentado em mais de um formato – e continuará a rodar e se expandir enquanto existir vida na cidade, localizada nas Montanhas Pamir, chamadas de “o teto do mundo”. Essa não é a primeira visita do catalão ao Rio. Ele já se apresentou no Multiplicidade em 2011, com a trilogia “End”, com a participação do Chelpa Ferro. Casas assinou também a direção do documentário “Rocinha – Daylight of a favela”, de 2003, que buscou mostrar o local sem os estereótipos de violência e crime.

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Professor e diretor artístico do Instituto de Artes Interdisciplinares de Berklee, Neil Leonard começou na música como saxofonista, mas viu seu trabalho florescer com o advento dos computadores pessoais, nos anos 80, abrindo-se para instalações,companhias de dança e cineastas. Já teve trabalhos apresentados no Carnegie Hall (EUA), na Bienal de Tel Aviv (Israel), no Museu Reina Sofia (Bulgária) e no Auditorium di Roma (Itália). Colaborou com músicos como Marshall Allen (da cultuada Sun Ra Arkestra) e Jamaaladeen Tacuma.

Professor adjunto na Berklee College of Music, Nikhil Uday Singh é guitarrista, compositor, produtor musical e engenheiro de som, tendo já produzido, gravado, mixado e remasterizado gravações para diversos artistas e bandas. Além disso, ele próprio já produziu e apresentou diferentes tipos de música eletrônica. Nikhil Uday Singh trabalha também com projetos de realidade aumentada e já atuou como DJ no celebrado festival Moogfest, de música, arte e tecnologia, realizado na Carolina do Norte, EUA.

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Reunido pela primeira vez em 1995, numa edição do CEP 20.000, o Chelpa Felpa é formado por Luiz Zerbini, Barrão e Sergio Mekler. “Quando começamos, a gente estava a fim de tocar guitarra e fazer barulho”, disse Barrão ao “Globo”, dez anos depois. O grupo é conhecido por suas experiências com música eletrônica, esculturas e instalações tecnológicas, em apresentações ao vivo e exposições. Ao longo de sua trajetória, apresentou diferentes trabalhos em diversos formatos: objetos, instalações, vídeos, performances, apresentações de palco e também álbuns (o mais recente é “Ruim”, de 2016).

Produtor musical e DJ, Nado Leal começou na rádio Cidade FM nos anos 90 e já trabalhou em gravadoras como Sony e Warner. Um dos nomes mais requisitados da noite do Rio, ele já tocou em festas como Bailinho, Jazz Ahead, Black Friday, Afro Rio e Volume. Versátil, participou também de eventos como Rock in Rio 3, Tim Festival, Skol Beats, Chemical Music, Fashion Rio, Back2Black e Vivo Open Air.
Ocupa Porto_Éden – Rua Sacadura Cabral, 109.

Horário: 20h às 00h
Performances a partir das 21h
Classificação etária: Livre
Entrada: Gratuita.
Local sujeito à lotação.
Saiba mais/ LINK Facebook: https://goo.gl/PihjXz

ACERTO _Visita com Hermeto Pascoal e Pablo Ribeiro

Amanhã, sábado (03/09), das 14h às 15h30, o Festival Multiplicidade te convida para fazer uma visita e bater um papo com os artistas Hermeto Pascoal e Pablo Ribeiro nas instalações da exposição ERRAR no Oi Futuro Flamengo – Rua Dois de Dezembro, 63.

• Teaser da instalação Acerto de Hermeto Pascoal e Pablo Ribeiro

“Assim é Hermeto: uma folha de papel, branca, sempre pronta para acertos não premeditados.
É água que brota da terra sem parar, por gostar de brotar.
Hermeto respira a música que inspira a imagem.
ACERTO traz esse movimento espontâneo evocado através de som e projeção.
Com a reconstrução audiovisual de Pablo Ribeiro, são descobertas novas possibilidades musicais dentro da expressão inicial e livre.
É Hermeto em plena simbiose com ele mesmo e com o universo.
Então toquem e cantem minha gente, amem-se e se abracem até o dia amanhecer.”

ACERTO é uma obra de Hermeto Pascoal (música) e Pablo Ribeiro (edição e concepção visual)

***Não será uma performance.

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FESTIVAL MULTIPLICIDADE

Concepção, Direção e Curadoria: Batman Zavareze

Direção Técnica: Eduardo Bonito

Coordenação Artística: Nado Leal

Direção de Arte/ Cenografia: Helcio Pugliese

Cenografia: João Boni

Cenotécnico: Paulo Fernandes

Iluminação: Samuel Bets

Design: Boldº_a design company

Direção de Design: Leo Eyer

Design Gráfico: Alexandre Paranaguá

Coordenação Gráfica: Vivianne Jorás

Coordenação de Produção: Raquel Bruno

Assistência de Produção: Ana Luiza Aguiar e André Ahmed

Assistência de Direção: André Henrique

Técnico de som: Gui Marques e Eduardo Baldi

Técnico de luz: Rodrigo Leitão

Técnico em projeção: Marcio Henrique

Assessoria de Imprensa: Palavra!

Fotografia: Andrea Nestrea

Conteúdos Digitais: Agência 14

Assistente de Edição: João Oliveira

Monitores: Lia Godoy, Antonella Abreu e Eliana da Silva

Produção Executiva: Patricia Barbara

Gestão Financeira: Mirian Peruch

Contabilidade: Macedo & Muzzio

Consultoria Financeira: Jose Carlos Barbosa

Realização: 27 Mais 1 Comunicação Visual Ltda

Festival Multiplicidade 2025_Ano_20 | ESCULPINDO O TEMPO

Ao longo de discussões entre passado, presente e futuro o Festival Multiplicidade apostou na ANTEVISÃO, se teletransportando para 2025.

Instigado em olhar adiante e reinventar nossa capacidade de investigação das linguagens inovadoras, criamos uma programação “fora da caixa”.

O resultado é o documentário “ESCULPINDO O TEMPO” com direção de Victor Fiuza e produzido pelos parceiros da equipe da Agência 14.

Provocamos artistas, pensadores e colaboradores do festival para criação de um discurso urgente, atemporal, indisciplinado e transversal sobre a realidade que nos engole diariamente.
São discussões que ampliam nossa reflexão sobre o impacto da tecnologia em nossas vidas e o quão tudo isso que produzimos e absorvemos pode, e deve ser sempre poético.

www.multiplicidade.com
info@multiplicidade.com

Lab Criativo BRAxUK – Dias #6 e #7 @ Visconde de Mauá

Sexta, 30 de outubro de 2015

Logo pela manhã, duas vans saíram do centro do Rio, em direção a Visconde de Mauá, aonde foram recebidos pelo coordenador da Casa Nuvem e também mentor do Lab, Bruno Vianna.

Mauá

A Casa Nuvem, em Mauá, é um espaço criado há três anos por um grupo de artistas que funciona como um celeiro de idéias onde pessoas de todo o mundo se reúnem em sistema de residência artística temporária.  A casa tem compromisso com a sustentabilidade do espaço e todas as refeições servidas são vegetarianas e feitas com ingredientes orgânicos, muitos deles plantados na própria horta do local.

Após a recepção e apresentação da agenda de atividades a serem desenvolvidas durante o fim de semana, o grupo britânico foi acomodado na pousada Lugar de Mato Verde a alguns metros de distância da residência, que ficou estabelecida como ponto de encontro e principal local de trabalho.

Logo após o almoço, grupos foram formados de acordo com os projetos a serem desenvolvidos e durante toda a tarde os participantes “navegaram”  entre os grupos que se formavam, trocando idéias e escolhendo seus parceiros. Alguns membros optaram por desenvolver projetos diversos sendo um projeto principal e alguns projetos “secundários”, em que se puderam participar como participantes. I

 

Sábado, 31 de outubro de 2015

O café da manhã de sábado reuniu produtores e artistas participantes na pousada Um Lugar de Mato Verde e com os grupos já melhor definidos, os integrantes puderam se programa para discutir os projetos ao longo do dia e aprofundar a sua elaboração.

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Paul Sermon propôs uma atividade onde um pódio foi delineado com fita adesiva branca no chão da Casa Nuvem e os demais foram convidados a interpretar o que fariam no alto do pódio. Alguns grupos apresentaram informalmente suas propostas de projetos e após o jantar, Tiago Cosmo animou o grupo com uma linda apresentação de violino. 

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Lab Criativo BRAxUK – Dia #5

Quinta, 29 de outubro de 2015

No 5o dia de residência do Lab Criativo, o grupo saiu de Santa Teresa, aonde estão hospedados, e seguiram a pé em direção ao Studio X, na Praça Tiradentes, passando por alguns pontos históricos da cidade como os Arcos da Lapa, Rua do Lavradio, Rua da Carioca, etc.

No Studio X foram recebidos pelos mentores Gustavo Ciríaco e Daniela Labra. Juntos, participaram de uma atividade coletiva no entorno da Praça Tirandentes e pelo Saara, onde todos foram envolvidos por um elástico e percorreram o trajeto  interagindo com os passantes. Gustavo já havia realizado a mesma atividade em mais de 40 cidades pelo mundo sendo esta, a primeira vez que contou com a participação de uma artista cadeirante.

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De volta ao Studio X, o grupo também teve a oportunidade de relatar a experiência de estar envolvido pelo elástico, de depender do movimento coletivo e da sensação de ser observado pelos passantes nas ruas. O dia terminou com uma apresentação geral, onde algumas primeiras idéias para projetos e parcerias foram apresentadas, além de estratégias para a parte do trabalho que seria desenvolvido durante a imersão na Casa Nuvem, em Visconde de Mauá.

Sobre Realidade Virtual, Oculus Rift e um pouco mais…

Assim como os irmãos Lumière deram os primeiros passos do cinema a pouco mais de um século, pesquisadores e desenvolvedores do mundo todo vem engatinhando na arte da realidade virtual, esse híbrido de cinema, game e imersão que vem mexendo com a nossa cabeça nessa última década.

Oculus Rift

Com a chegada de uma nova geração equipamentos eletrônicos potentes e a preços acessíveis, somado a tecnologias open source e a cultura maker, temos avançado em passos largos na produção de conteúdos com qualidade gráfica ultra realista atrelada a captura de movimentos. Uma vantagem que facilita a construção de mundos paralelos imersivos, opostos a passividade da tv e do cinema.

 

Cruzando tecnologias como as do Kinnect, Hololens e Oculus Rift, por exemplo, locais como o instituto francês Le Cube e a encubadora Rio Criativo tem se tornado o cenário ideal para que coletivos e startups, como a mobCONTENT, possam explorar possibilidades comerciais e artísticas de projetos semelhantes ao Rio Antigamente e a oficina Pequenos Inventores, fruto de uma parceria com a Olabi, e que é uma das atrações da próxima edição do Festival Multiplicidade 2025.

Ficou curioso sobre o tema? Traga seu Pequeno Inventor para a oficina que acontece no próximo da 20 de Agosto, das 10 as 11h30, no Teatro do Oi Futuro Flamengo. A noite tem programação pra todas as idades, no encontro entre o Duo Astromash e a galera da Gamesquare, em um espetáculo totalmente inspirado no mundo dos Games, com cineclube de Realidade Virtual acontecendo em paralelo. Mais informações no Facebook.

Multi_Ocupação | Parque Lage | Dia 3

Depois de 3 dias de ocupação no Parque Lage o Festival Multiplicidade se despede de 2014 reforçando a presença na agenda cultural do Rio de Janeiro, do Brasil e do mundo. A programação do último domingo de certa forma é a síntese dessa década de pesquisa e trabalho que se materializam em performances artísticas e musicais, que exploram diferentes sonoridades e formas de expressão.

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Quem chegou cedo pode curtir o já tradicional pic nic no bosque. Em uma área totalmente integrada a natureza, diversos DJs que se destacam no cenário nacional se revezaram para fazer a trilha sonora da tarde ensolarada enquanto amigos se divertiam, famílias se reunião e crianças brincavam. As fusões digitais/analógicas de Zaws, os graves de Guilherme Granado, o contrate entre o tradicional e a vanguarda de Maga Bo, a influência regional cosmopolita de Gabriel Guerra (40% foda/maneiríssimo) e o Brasil digital de Ricardo Vincenzo, quem viu e ouviu experimentou um pouco do que circula pelas melhores pickups, sintetizadores e sequenciadores em pistas brasileiras.

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Descontrair é ótimo, mas o Multiplicidade também é espaço para reflexão. Em parceria com o instituto francês Le Cube, Carine Le Malet e convidados falaram de artes visuais e tecnologia para um auditório lotado de ouvidos atentos e cabeças inquietas no painel “Arte e tecnologia para todos“.

O experimentalismo também tem lugar cativo na programação e o Salão Nobre do casarão do Parque Lage foi ocupado pela performance e instalação “Terrestrial Sea” dos britânicos Mark Lyken e Emma Dove, onde Lyken faz uma revisita ao farol, com imagens de Emma em uma sessão que misturou cinema à uma trilha mixada ao vivo.

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O terraço da mansão, deu espaço a uma repescagem de nove curtas da VI Semana dos Realizadores que propõe reflexões acerca dos filmes de da produção atual, principalmente no Rio de Janeiro. Outras obras também colocavam o público a frente de outras questões, com a obra do espanhol David Latorre, inpirada nas favelas cariocas, a instalação “Labyrinthitis” do dinamarquês Jacob Kirkegaard, a performance “Cinema Parado” de Jarbas Lopes e a surpreendente instalação “Symbiosis” da paraense Roberta Carvalho, além da instalação “Travelling” de Samir Abujamra com a Fábrica Orquestra.

O sol já não iluminava o Cristo Redentor quando o saxofonista Lars Greve, da Dinamarca e os brasileiros do projeto de música experimental Rabotnik entraram no palco montado no platô do Parque Lage. O encontro inédito, realizado em parceria com o Instituto Cultural da Dinamarca, trouxe ao público a possibilidade de experimentar a improvisação com a sonoridade concreta e abstrata do dinamarquês.

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Mas foi a banda When Saints Go Machine que surpreendeu o público logo que subiu ao palco. O quarteto formado em 2007 apresentou um show com sonoridade electro pop nunca visto antes. Músicas dançantes, experimentalismo, influencias pós-punk arrancaram aplausos e elogios do público que se mostrou surpresa e encantada com o obra bastante peculiar dos dinamarqueses, que fecharam o ano 10 do Festival Multiplicidade da forma que deveria ser: com imagem, música e o inusitado. Que venham os próximos 10 anos!

Multi_Ocupação | Parque Lage | Dia 2

O sol apareceu no segundo de da Multi_Ocupação no Parque Lage e com ele muitas pessoas para curtir, refletir e se impressionar com a intensa programação.

O Salão Nobre do casarão lotou para o workshop “Boost Your Profession as a Musician!” com Lisbeth Rysgaard e Gerda Hempel do Artlab da Dinamarca. Com mediação de Léo Feijó, do Instituto Gênesis da PUC-Rio, músicos, produtores e acadêmicos puderam acompanhar as reflexões sobre a industria da música, seus desafios e transformações na era digital.

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Ainda no campo da reflexão, Jarbas Lopes retornou ao Multiplicidade com o Workshop “Cinema Parado”, provocando o público a interagir com películas que foram projetados na Oca acompanhado de música e movimento durante a performance, que contou com a intervenção de Lilibeth Cuenca com “Mobile Mirros” que seguiu até o pátio principal e despertou a curiosidade e as câmeras de todos que por ali passavam.

Se a ideia era circular pelo belíssimo Parque Lage, a surpresa ficou por conta das instalações d o espanhol David Latorre na Mata, uma analogia visual as favelas do Rio de Janeiro, e “Symbiosis” de Roberta Carvalho, projeções que se revelavam entre as árvores do chafariz.

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A noite ainda guardava mais, Samir Abujamra, acompanhado da Fábrica Orquestra, estreou a performance/instalação Travelling – Estudo 01, com projeções que brincavam com o verbo viajar, em inglês, em paralelo com o recurso cinematográfico de mesmo nome, cenas captadas do ponto de vista de janelas de aviões, barcos, trens e outros meios de transporte utilizados durante sua viagem de 2 anos por cerca de 32 países nos 7 continentes.

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Enquanto a mostra de vídeos do Le Cube, França, acontecia durante toda a noite no terraço do casarão, as atenções se dividiam entre a inusitada performance Late Speculation da dupla Nonotak (França/Japão) que ocupava o Salão Nobre, as performances do francês Franck Vigroux e depois do canadense Herman Kolgen no Platô, localizado nos fundos da mansão.

Para encerrar, Bjørn Svin e Kenton Slash Demon, ambos dinamarqueses, comandaram a festa no auditório e piscina com música eletrônica em seus DJs Sets.

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Hoje a ocupação continua e se despede do Parque Lage com muito mais música, imagem e inusitado. Acompanhe a programção completa e não perde, venha celebrar os 10 anos do Festival Multiplicidade com a gente.