MULTI_03: Coisa de criança?

“Em 2025, os games vão estar por toda parte”. Essa é a premissa dos “Rafaéis”, membros da Gamesquare, startup responsável pelas projeções que compuseram a apresentação do Multiplicidade_03 na noite de quinta-feira (21). Em parceria com os “Andrés” do duo Astromash, eles fizeram o público do Oi Futuro se sentir na pele de personagens da narrativa de jogos digitais, sob o desafio de construir juntos um ambiente imersivo.

Eduardo Magalhães - 14-42

Rodeados por suas guitarras, sintetizadores e teclados numa performance ao vivo, A.PAX e A.DES fizeram ecoar os sons de uma trilha inédita inspirada em games atuais e clássicos, como o próprio Astromash, lançado na década de 80. Como sugeriu André Dessandes, “o futuro se faz por referências do passado”.

Eduardo Magalhães - 14-32

Minutos antes das portas do teatro se abrirem, pessoas de todas as idades experimentavam as sensações provocadas pelo Oculus Rift, atração promovida pela galera da mobCONTENT. Afinal de contas, daqui a 10 anos, o que não vai faltar, segundo eles, é o contato cada vez mais intenso com a realidade virtual.

Eduardo Magalhães - 14-12

E como a interatividade já é pressuposto, nossas crianças de 2025 participaram com liberdade e ideias ousadas da oficina de personalização do próprio Oculus, que rolou durante a manhã; uma mistura divertida de papelão, cola, tesouras sem ponta, lentes, purpurina, tecnologia, perguntas e respostas inusitadas e descobertas. Foi uma troca honesta entre gerações que só reforça a ideia – ou melhor, realidade – de que os games não são apenas “coisa de criança”.

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Mas ainda bem que já estamos em 2025. Premissa cumprida.

Fotos: Eduardo Magalhães / 14

Sobre Realidade Virtual, Oculus Rift e um pouco mais…

Assim como os irmãos Lumière deram os primeiros passos do cinema a pouco mais de um século, pesquisadores e desenvolvedores do mundo todo vem engatinhando na arte da realidade virtual, esse híbrido de cinema, game e imersão que vem mexendo com a nossa cabeça nessa última década.

Oculus Rift

Com a chegada de uma nova geração equipamentos eletrônicos potentes e a preços acessíveis, somado a tecnologias open source e a cultura maker, temos avançado em passos largos na produção de conteúdos com qualidade gráfica ultra realista atrelada a captura de movimentos. Uma vantagem que facilita a construção de mundos paralelos imersivos, opostos a passividade da tv e do cinema.

 

Cruzando tecnologias como as do Kinnect, Hololens e Oculus Rift, por exemplo, locais como o instituto francês Le Cube e a encubadora Rio Criativo tem se tornado o cenário ideal para que coletivos e startups, como a mobCONTENT, possam explorar possibilidades comerciais e artísticas de projetos semelhantes ao Rio Antigamente e a oficina Pequenos Inventores, fruto de uma parceria com a Olabi, e que é uma das atrações da próxima edição do Festival Multiplicidade 2025.

Ficou curioso sobre o tema? Traga seu Pequeno Inventor para a oficina que acontece no próximo da 20 de Agosto, das 10 as 11h30, no Teatro do Oi Futuro Flamengo. A noite tem programação pra todas as idades, no encontro entre o Duo Astromash e a galera da Gamesquare, em um espetáculo totalmente inspirado no mundo dos Games, com cineclube de Realidade Virtual acontecendo em paralelo. Mais informações no Facebook.

MULTI_02: Geração Circuitada

Duas superfícies de acrílico, uma tela, mesa de som, luz, projetores, computadores, voz. Dois artistas e suas sombras em uma performance conjunta, ao vivo e a cores – muitas cores. O propósito? Fazer todos sentirem as batidas da arte e da tecnologia, uma questão de olhos, ouvidos e inspiração; o melhor da geração circuitada.

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No Multiplicidade_02, realizado no Oi Futuro Flamengo, Kinkid & Diego Bragança, donos das sombras protagonistas da apresentação, fizeram o público imergir, envolto em uma espécie de “aquário” preenchido por sons e imagens. Nas palavras do próprio Jose Hesse, nome por trás do Kinkid, “o momento foi perfeito para experimentar tanto a sensibilidade quanto a agressividade da música eletrônica”.

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No teatro lotado, o duo fez todos entrarem no clima, como se aos poucos os pixels ganhassem melodia e a música fosse vivenciada visualmente, numa sinergia perfeita. Segundo Diego, lembrando-se do que aprendeu em outras edições do Multiplicidade, “foi como moldar o tempo“, dessa vez, em parceria.

Entre sons inusitados, notas de piano e projeções minimalistas, as sombras revelavam o entusiasmo corporal de um DJ e, paralelamente, a concentração e serenidade de um videomaker apaixonado por ciência. Eles não deixaram dúvidas de que o que rola entre ambos os artistas e seus respectivos softwares é relacionamento sério.

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Para os que preferiam aproveitar um bom papo ao ar livre sem deixar de contemplar a performance dos meninos, uma projeção dava as boas vindas logo na entrada do prédio. Perto do café, outra tela exibia a dupla em tempo real.

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Por mais uma noite, o Rio de Janeiro viveu 2025, um tempo mais pulsante, com arte acessível, livre, experimental; num lugar de convergência midiática, encontro, convivência.

Fotos: Francisco Costa/14

O que é a Geração Circuitada?

No próximo dia 06 de Agosto, nosso tema é Geração Circuitada e para celebrar essa galera adepta do DIY, que trabalha em rede e com equipamentos que cabem na mochila, promovemos o encontro de dois integrantes do selo de música independente DOMINA, o mesmo pelo qual o produtor Pedro Manara lançou seu CD, Ihnteractions, em 2014.

Geração Circuitada

José Hesse, o carioca por trás do projeto Kinkid, estudou três anos de violão clássico e teve bandas de hardcore antes de ingressar no universo da música eletrônica. Sua relação com a música nasceu por causa da avó, cantora amadora de bolero na década de 1960 mas sua identidade musical se definiu mesmo foi no final dos anos 1990, através de amigos DJs e do fascínio por vinis.

Em entrevista a Vice, José comenta que o Kinkid nasceu de uma necessidade sua enquanto artista e que o projeto é bem egoísta, algo que ele faz para si mesmo, como uma forma de exorcizar seus próprios demônios. Com passagens pelo Art Rua, FAL e a galeria Pivô de SP, ele acaba de retornar de uma viagem pela Europa e Ásia, em que realizou uma série de 16 memoráveis apresentações, além de gravar parte do seu segundo disco e mixar alguns singles.

José Hesse aka Kinkid

Para cuidar da parte visual, convidamos o videomaker Diego Bragança, que já realizou trabalhos para os festivais Dança em foco, Arte Core, o polonês Garbicz Festival, a festa Moo, o happening Aperó da Casa Daros e está na lista dos 100 cariocas mais criativos do O Cluster.

Diego Bragança

Fascinado pela ciência, proveniente de seus primeiros estudos de engenharia e geologia, Diego desenvolveu uma linguagem de projeções e vídeo com forte influência do minimalismo, glitch, experimental e já adiantou que para o Festival Multiplicidade está preparando uma performance site specific completamente inédita, em total sintonia com seu também amigo fora a dos palcos, José Hesse. Confira abaixo a programação dessa semana:

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20h – Kinkid & Diego Bragança (BRA-RJ) | Teatro
Ingressos a venda na bilheteria Oi Futuro Flamengo e Ingresso Rápido

+ infos

Kinkid @ Galeria Pivô SP

Estamos em 2025.. Sejam bem-vindos!!!

 

MULTI_01: 2025 + Espaços utópicos

Sons e imagens incomuns ocuparam o Teatro Oi Futuro Flamengo no primeiro dia de Festival Multiplicidade. Estimulados a refletir sobre o futuro, os artistas expuseram atrevimento, inovação, inventividade e um abraço sinestésico entre a arte e a tecnologia.
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Vinte e um projetores delineavam a instalação que recebia o público e que fora criada durante um workshop de mapping, ministrado pelos artistas Armando Meniacci, Julio Parente e convidados, em parceria com a Oi Kabum. Com quatro computadores ligados ao software Isadora, as projeções transformaram as escadarias e paredes do prédio, dando lugar a “espaços utópicos”: neles, o nu não gerava preocupação; a respiração humana ritmava o surgimento de cores, traços, imagens e tonalidades, e cachoeiras convidavam para o mergulho e imersão.
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Desde o começo, as pessoas já se conectavam num clima de compartilhamento de ideias, bom papo, e curiosidade. O que será que vai acontecer aqui em 2025? O que será que vamos ser a partir daqui? Talvez, essas fossem perguntas dos que garantiram um lugar numa das almofadas vermelhas do teatro, para assistir à banda Metatron.

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Corajosos, os cinco amigos de escola, na faixa dos 15 anos, experimentavam seu primeiro show, sob a maestria de Estevão Casé. Foi um duplo pioneirismo, literal e figurado. “Eles estão começando do fim, do improviso, o que é incrível”, destacou Estevão. A combinação psicodélica de sons e poesia aconteceu sob três telas que exibiam as ilustrações do artista Federico Lamas. “Tudo se encaixou perfeitamente, e apesar da nossa diferença de idade, tenho certeza que sentimos o mesmo. Isso já não faz mais diferença”, comentou o ilustrador e videomaker.
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A imersão marcou também a chegada do duo codeclub, formado por João de Beyssac e Luiz Arthur Ribeiro. A música eletrônica, com manipulação de diferentes gêneros, mostrava o poder da arte em fazer as pessoas sentirem prazer em reinventarem suas trajetórias.

Estamos em 2025.. Sejam bem-vindos!!!

Backstage Metatron @ Rock It!

No último dia 17 de Julho, convidamos a diretora de arte e artista multi-mídia francesa radicada no Rio de Janeiro, Nathalie Melot, para nos acompanhar em um dia de ensaio da banda carioca Metatron. O Local? Nada mais que o lendário estúdio Rock it! e sob a regência de Estevão Casé, do Rabotinik.

O resultado foi um registro sensível de cinco amigos em torno dos seus 15 anos, colegas de turma na escola e que antes mesmo de cruzar o caminho do Festival Multiplicidade, já se reuniam para tocar um som que vai do experimental a clássicos como Miles Davis e Led Zeppelin, intercalado por declamações de trechos dos livros Panamerica e Alice de Lewis Carroll.

Acostumados a frequentar o festival para assistir aos pais – entre eles Sérgio Mekler do Chelpa Ferro e o cineasta Bebeto Abrantes – hoje a noite, Davi Mekler, Francisco Nery, José Mekler, Vitor Niskier Braga e Zé Miguel assumem o palco, na performance que marca a estreia do Multiplicidade 2025_Ano 20, em parceria com o ilustrador argentino Federico Lamas. Confira abaixo a programação:

MULTI_01_2025 + Espaços utópicos
18h – Lançamento do Livro Festival Multiplicidade_10 anos
18h às 23h – Armando Menicacci (ITA/FRA) + Julio Parente (BRA-RJ) + Artistas convidados: Instalação criada no workshop de mapping em parceria com a Oi Kabum! Rio – “Espaços utópicos” | 1º piso
19h – Metatron (BRA-RJ) & Federico Lamas (ARG) | Teatro
20h – codeclub (BRA-RJ) | 1º piso
20h30 – Metatron (BRA-RJ) & Federico Lamas (ARG) | Teatro (sessão extra)

+ infos em bit.ly/Multi_01

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Workshop Isadora + Espaços utópicos na estreia do Ano_20

Nos 10 dias que antecedem a estreia do Festival Multiplicidade 2025_Ano 20, promovemos um workshop totalmente gratuito do software de videomapping mais intuitivo e usado no mundo, o Isadora. Em parceria com a Oi Kabum! Rio, fizemos uma convocatória* em nossas redes parceiras para montar uma equipe colaborativa e trouxemos o artista e pesquisador Armando Menicacci para ministrar esse projeto, que tem como premissa criar uma instalação inédita para a abertura do festival, denominada “Espaços utópicos”.

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Nascido na Itália e radicado na França, Armando, que já foi professor de relações entre arte e novas mídias na EMA – École Media Art (FRA) e acaba de ser incorporado ao quadro da UQAM | Université du Québec à Montréal, topou o desafio de transformar  chão, cadeiras, mesas, paredes, teto, escadas e pilastras do Centro Cultutal Oi Futuro Flamengo, através da sincronização de imagem, som, projeções 3D e todo tipo de tecnologias de tracking como o Leap Motion, para modificar a arquitetura local.

Transgredindo a compreensão lógica do que compreendemos como tela ou espaço disponível para arte, a investigação aqui navega pela tela intangível do espaço tridimensional possibilitado pela arte digital, onde a fronteira entre real e digital, entre cinema e arquitetura, o concreto e imaginário se embaralham para criar além de uma nova tela, uma nova paisagem interativa para quem passar pelo Festival Multiplicidade 2025 e seus espaços utópicos.

Estamos em 2025.. Sejam bem-vindos!!!

 

*Relação de artistas selecionados na convocatória:
Celina Portela, Clara Dias, Diana Dias, Diego Bragança, Eloá Souto, Gabriel Fuks, Glauber Viana, Julio Mendes, Mariana Bley, Natan Aleixo, Negalê Jones, Priscilla Martinho, Vinícius Ladeira e Julio Parente como assistente de direção.

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MANIFESTO FESTIVAL MULTIPLICIDADE 2025_ANO 20

MULTIPLICIDADE’S FESTIVAL 2025_YEAR 20 MANIFEST

 

Estamos felizes em estar aqui no ano de 2025 em plena atividade, uma trajetória inimaginável para aqueles que pensaram a vida somente no plano real. O Festival Multiplicidade nunca teve dúvidas que tudo mudaria para melhor, porque nós não vemos diferença entre o real e o virtual, o natural e o eletrônico, entre o novo e o antigo, pois sabemos que estas questões convivem juntas, em harmonia e se complementam.

Gastamos 99% do nosso tempo com devaneios e o 1% restante, utilizamos para resolver todas as burocracias e chatices de nosso dia-a-dia. Nós fomos e somos intuitivos, e pensamos o mundo na 1ª pessoa do plural.

Por isso estamos aqui em 2025, em nosso 20º ano, afirmando nossos principais eixos universais, mas principalmente reforçando a plataforma artística transversal que construímos e que valoriza as experimentações artísticas totais, com linguagens livres, híbridas e avançadas. 

O festival ao longo destes 20 anos de existência deixa como legado norteador algo muito simples: que há arte na vida.

E mais, reforça que as duas, arte-vida, nunca podem andar desgrudadas. Arte é o alimento de nossas almas, é o eco de nossas mentes, é o caminho para soluções impensáveis. Contribui na construção de uma sociedade mais humana, mais consciente, mais ética, mais gentil, mais feliz, mais crítica, mais criativa e muito mais legal.

We are happy to be here in the 2025 working in full force, an unimaginable route for those who think life only in the realm of reality. Festival Multiplicidade never doubted everything would come to a better place, because we don’t see a difference between real and virtual, natural and electronic, new and old, for we know these subjects belong together, in harmony, and they complete each other.

We spend 99% of our time daydreaming and the 1% left we use to settle all bureaucracies and boring things about everyday life. We have always been intuitive and we think the world in the first plural person.

Therefore, we are here in 2025, our 20th anniversary, claiming our main universal axes, but mostly reinforcing the transversal artistic platform we built highlighting the totality of artistic experimentation, with free, hybrid and advanced languages.

Throughout its 20 years of existence the festival leaves a very simple legacy: there is art in life. Also it reinforces that both, art and life, can never walk separated. Art is the food of our souls, echo in our minds and the way for unthinkable solutions. It contributes to the construction of a more humane society, more aware, more ethical, kinder, happier, more critic, more creative and much, much cooler.

Nossos 20 eixos principais que se impregnaram em nosso DNA ao longo destes 20 anos:

Our 20 principal axes which have been impregnated within our DNA for those 20 years:

01- PIONEIRISMO / Groundbreaking 

02- ATREVIMENTO / Boldness

03- ESTÍMULO / Stimulus

04- INUSITADO / Unconventional

05- SINESTESIA / Synesthesia

06- APRENDIZAGEM / Learning

07- COMPROMETIMENTO / Commitment

08- PRAZER / Enjoyment

09- HONESTIDADE / Honesty

10- COLABORAÇÃOCollaboration

11- COMPARTILHAMENTO / Sharing

12-  CONECTIVIDADE / Connectivity

13- POESIA / Poetry

14-  CURIOSIDADE / Curiosity

15-  ANTEVISÃO / Previewing

16-  INOVAÇÃO / Innovation

17- EMPREENDEDORISMO / Entrepreneurship

18- INQUIETUDE / Restlessness

19- INVENTIVIDADE / Inventiveness

20- AMOR / Love

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Viva 2025! / Cheers 2025!